Com nova diretriz, o YouTube retirou do ar, nesta quarta-feira (10/8), uma transmissão do presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrida no dia 18 de julho no Palácio da Alvorada.
Na ocasião, na tentativa de colocar em dúvida a segurança do processo eleitoral brasileiro, o chefe do Executivo se reuniu com cerca de 40 embaixadores de vários países e se valeu de um Power Point para reiterar suspeitas já desmentidas desde 2020 às urnas eletrônicas e criticar ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
A plataforma também derrubou vídeos que questionavam as circunstâncias da facada sofrida por Bolsonaro na pré-campanha em 2018 em Juiz de Fora (MG). Por duas vezes em investigações, a Polícia Federal concluiu que Adélio Bispo, preso no mesmo dia, agiu sozinho no crime.
As diretrizes atualizadas nesta quarta incluem, além de falsas acusações sobre o pleito de 2018, postagens que questionem o resultado das eleições de 2014.
�??Nossa política de discurso de ódio proíbe conteúdo que negue, banalize ou minimize eventos históricos violentos, incluindo o esfaqueamento de Jair Bolsonaro. O discurso de ódio não é permitido no YouTube, e removeremos material sobre o esfaqueamento de Jair Bolsonaro que viole esta política se não fornecer contexto educacional, documental, científico ou artístico no vídeo ou áudio�?�, apontou, em nota.
�??A política de integridade eleitoral do YouTube proíbe conteúdo com informações falsas sobre fraude generalizada, erros ou problemas técnicos que supostamente tenham alterado o resultado de eleições anteriores, após os resultados já terem sido oficialmente confirmados. Essa diretriz agora também se aplica às eleições presidenciais brasileiras de 2014, além do pleito de 2018�?�, completou.
Na live, o chefe do Executivo investiu contra o processo eleitoral afirmando querer �??eleições limpas�?�. Bolsonaro retomou a narrativa sobre o inquérito aberto pela Polícia Federal em 2018, na Superintendência Regional do Distrito Federal, após ser acionada pelo TSE.
A motivação foi a suposta invasão de um hacker ao Sistema e ainda o acesso a documentos sigilosos da Corte. O inquérito mostra que foram adotadas várias diligências diferentes pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal para a investigação do caso, mas não há conclusão ou suspeita de que as urnas eletrônicas tenham sido comprometidas. Desde o início do voto eletrônico no Brasil, em 1996, nenhum caso de fraude foi identificado e comprovado.
Na mesma data da reunião com embaixadores, a plataforma removeu uma live feita em julho de 2021. Na transmissão, o Chefe do Executivo fazia acusações sobre a segurança das urnas eletrônicas.
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