O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, por meio de sua Terceira Seção, a reabertura e a transferência para a Justiça Federal de inquéritos relacionados a uma série de assassinatos cometidos por grupo de extermínio �??supostamente ligado a agentes de segurança pública�?�. O caso, conhecido como Chacina do Parque Bristol, ocorreu em São Paulo, em maio de 2006.
Também conhecida como Maio Sangrento e como Crimes de Maio, a chacina resultou no assassinato de cinco pessoas, por homens encapuzados. Foram apresentadas denúncias de que a cena do crime foi alterada, em procedimento �??comumente utilizado por grupos de extermínio formado por policiais militares�?�, conforme relatado na época.
De acordo com nota divulgada pelo STJ, �??logo após o crime, uma viatura da Polícia Militar teria passado pelo local para recolher cartuchos e projéteis que estavam no chão. Meses após esse episódio, um dos sobreviventes foi morto a poucos metros do local onde havia sido atingido na primeira vez�?�. Há, inclusive, um pedido de responsabilização do Brasil pelo caso, apresentado à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
A série de assassinatos cometidos �??por grupo de extermínio supostamente ligado a agentes de segurança pública de São Paulo�?� foi, de acordo com o STJ, �??uma represália a ataques da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)�?� ocorridos na época.
Na decisão do colegiado, foi considera a existência de indícios de graves violações de direitos humanos. Além de acatar o Incidente de Deslocamento de Competência (IDC), o STJ determinou a reabertura do caso.
Falhas
Vários inquéritos policiais foram instauradas em decorrência da chacina. No primeiro deles, a polícia entendeu �??não haver elementos suficientes de autoria�?�. Após questionamentos sobre a não apresentação de importantes exames periciais para a elucidação dos fatos, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a remessa do caso da Justiça de São Paulo para a Justiça Federal �??em razão de falhas na condução das investigações pelas autoridades estaduais�?�.
Relator do IDC, o ministro João Otávio de Noronha disse que não se pode desconsiderar �??os violentos ataques cometidos pelo PCC em 2006�?�.
�??Contudo, isso não significa dizer que, durante o combate a essas atividades criminosas, eventuais excessos ou abusos cometidos por agentes públicos possam ser tolerados�?�, disse o ministro ao defender o avanço nas apurações, inclusive para verificar a correlação do caso com homicídios relatados em outros inquéritos.
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