Palhinha diz como é ser gestor de clubes e se declara a América e Cruzeiro

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Revelado pelo América e multicampeão com Cruzeiro e São Paulo, Palhinha contou ao Superesportes um pouco da sua rotina desde que se aposentou dos gramados. Em participação no quadro Por Onde Anda?, o ex-jogador, hoje com 54 anos, falou sobre as experiências como técnico e gestor de clubes de futebol, as conquistas como atleta e ainda se declarou às instituições que mais se identificou. 

Palhinha encerrou a vitoriosa carreira em 2006. Entre 2007 e 2009, foi técnico de times do interior paulista, como São Bernardo, Matonense e Campo Limpo, além de outros em Minas: Araxá e URT.
“Fiquei um tempo afastado do futebol, e aí surgiram oportunidades de ser treinador. Essas situações vieram por querer ajudar alguns amigos, que eram presidentes de clubes”, explica.
O ex-meia-atacante, no entanto, revela que deixou a função pela falta de estrutura dos clubes. 
“Eu vi que não era meu caminho, porque não era só o treinador que precisavam, mas sim alguém que pudessem investir no clube, ajudar ou levar um recurso de alguma forma. Eu não trabalhei como profissional no futebol para depois gastar em clubes de futebol, não era esse meu ramo. Decidi não seguir esse caminho”, conta. 

Experiências como gestor

Mineiro de Carangola, na Zona da Mata, Palhinha se mudou para os Estados Unidos em 2011. Três anos depois, voltou a ser técnico, mas da escolinha de futebol Corinthians USA, a versão norte-americana do clube paulista.
Em 2016, foi sócio do Boston FC, dos Estados Unidos. No ano seguinte, fundou em parceria com o empresário Renato Valentim o Boston City FC, time da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro e sediado em Manhuaçu. 
Outra experiência recente do ex-jogador como gestor e presidente no União de Almeirim, da Quinta Divisão de Portugal, onde o principal objetivo era revelar atletas. Palhinha ficou no comando do clube entre 2019 e 2021. Agora, ele procura novos empreendedores para deixar de vez a Sociedade Anónima Desportiva (SAD).

No Brasil, ainda participou ativamente da administração do Marília-SP antes de iniciar o projeto do Liberdade-SP, time que será fundado nos próximos meses. O novo clube, no entanto, ainda não está registrado e busca uma sede.
“A finalidade é ir para uma cidade em que podemos trabalhar esses moleques desde os 9 anos. Uma escolinha, em que com 15, 17 anos já começa a disputar uma competição de verdade e, se possível, um profissional. Nada de fazer Sub-20”, disse.
Atualmente, o ex-jogador de América, São Paulo, Cruzeiro, Real Mallorca-ESP, Flamengo e Grêmio se considera mais um agente do que gestor. O único clube em que ainda tem alguma participação direta é o Liberdade.

“�? isso mesmo. Temos os clubes, que podem registrar os jogadores. Quando falo que não investi meu dinheiro próprio, é porque trabalho em uma empresa que já faz isso. Tenho que avaliar o jogador que tenho, porque o custo é muito alto”, contou.

Revelação do América e títulos com o São Paulo

Palhinha foi revelado pelo América em 1988, promovido pelo técnico Jair Bala, ídolo do Coelho. Mas foi quando chegou ao São Paulo, em 1992, que começou a ganhar destaque no futebol nacional.
Durante os quatro anos na equipe paulista, foram diversos títulos conquistados: Libertadores (1992 e 1993), Mundial (1992 e 1993), Paulista (1992), Supercopa da Libertadores (1993) e Recopa Sul-Americana (1993 e 1994).

Pelo Tricolor Paulista, o ex-meia entrou em campo em 232 partidas e marcou 71 gols. Sob o comando de Telê Santana, ele foi destaque de uma das gerações mais vitoriosas da história do time paulista. 

Passagem vitoriosa pelo Cruzeiro

Palhinha desembarcou na Toca da Raposa em janeiro de 1996, emprestado pelo São Paulo. Em 19 de março, foi adquirido em definitivo numa troca que balançou o futebol brasileiro.

O então presidente cruzeirense Zezé Perrella mandou para o São Paulo o volante Belletti, de 19 anos, e o lateral-esquerdo Serginho, de 24.

Em troca, chegaram ao Cruzeiro e se juntaram a Palhinha o zagueiro Gilmar, o lateral-direito Vitor, o volante Donizete Oliveira e o atacante Ailton.

Ali se formou um Cruzeiro ainda mais forte e que faria história na América do Sul.

Experiente (então com 28 anos) e com currículo vencedor, Palhinha não demorou a fazer jus à camisa 10 que foi usada antes por gênios como Dirceu Lopes. Em 1996, comandou em campo o time campeão mineiro e bicampeão da Copa do Brasil sobre o poderoso Palmeiras da Parmalat, em São Paulo.

A temporada de 1997 colocou de vez Palhinha na galeria dos grandes jogadores celestes com o título da Libertadores. A caminhada, no entanto, não foi fácil. O time perdeu os três primeiros jogos na fase de grupos. Com três triunfos no returno do Grupo 4, o clube conseguiu a sonhada vaga para os jogos eliminatórios.
Nas oitavas de final, o Cruzeiro passou pelo El Nacional-EQU nos pênaltis, graças ao goleiro Dida. Nas quartas, eliminou o Grêmio, com direito a gol salvador de um machucado volante Fabinho já no fim. Nas semifinais, superou o Colo Colo também na disputa de penalidades máximas. Na final diante do Sporting Cristal, no Mineirão, o título veio com o famoso gol de Elivélton, em chute de fora da área. O Cruzeiro voltava ao topo da América.

 
“Para mim teve um ganho maior porque eu já tinha sido campeão antes com o São Paulo, e falam que santo de casa não faz milagre. Eu tive que voltar para Minas e ajudar o Cruzeiro a ganhar um título. Estar marcado na história de um clube como o Cruzeiro, como campeão de uma Libertadores, isso não é dinheiro, fama nem nada, é estar escrito eternamente na história de um clube desses, como o São Paulo também. O Cruzeiro foi um divisor de águas muito grande”, analisa Palhinha. 
 
O título continental marcou a despedida de Palhinha do Cruzeiro. Em 14 de agosto, um dia após a conquista, o ex-meia viajou para a Espanha para se apresentar ao Mallorca, que pagou US$ 1,5 milhão para contratá-lo. Ele deixou a Raposa com 36 gols em 103 jogos e ainda conquistou o bi do Mineiro (1996/97).
 
“Eu sabia da minha importância no Cruzeiro, de ter que representar o nome Palhinha. Hoje, quando vou ao Mineirão assistir a um jogo do Cruzeiro, não dá para falar. �? a mesma coisa de ir ao Morumbi ver o São Paulo. O coração fica batendo de um lado para o outro”, conta, emocionado.

Volta ao Brasil e título com o América

 
Palhinha rompeu contrato com o Mallorca-ESP em janeiro de 1998 e voltou ao Brasil para defender o Flamengo. Ele ainda atuou por Grêmio e Botafogo-SP antes de retornar ao América. Com o Coelho, venceu a Copa-Sul Minas em 2000 e deixou o clube com 77 gols, sendo o sétimo maior artilheiro do Coelho.
 
“Eu volto para o América com a oportunidade de quem sabe ganhar um título com o América e ser campeão aqui também. Uma forma de gratidão pelo clube, tinha que tentar alguma coisa. O América foi minha vida, me abriu as portas e me deu a oportunidade de sair para o São Paulo depois. Eu não tinha conquistado um título com o América. (…) Eu amo o América de paixão porque me deu a condição de ser quem eu sou hoje”, afirma.
 
No restante de sua carreira, Palhinha ainda atuou por Sporting Cristal-PER, Gama-DF, Alianza Lima-PER, Marília-SP, Khaimah Sports-EAU, Uberaba, Bandeirante-SP, Ipatinga, Chapecoense, Farroupilha-RS, até se aposentar no Guarulhos-SP.

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