Em 25º álbum, Djavan reitera otimismo e amor pela natureza

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Djavan reconhece que desde adolescente tem uma admiração muito grande por Milton Nascimento. “Desde que comecei a ouvi-lo, me impressiona a qualidade da harmonia, a voz, as melodias dele… �? um artista dotado de um talento único e desde meus 15 anos eu o observo de uma maneira muito profunda”. E, embora não sejam muito próximos, “havia uma convivência” entre os dois, observa o cantor alagoano de 73 anos.

Além disso, os dois têm um interesse em comum, que é a paixão pela natureza.

“Nos preocupacomos com a preservação do meio ambiente, os indígenas, a água, a floresta, os bichos…”, reconhece Djavan.

E finalmente, os dois se reuniram em estúdio para uma gravação, no que o alagoano classifica como “uma tarde muito feliz”.

O resultado do tardio encontro está no 25º álbum de estúdio de Djavan, D, que chega hoje às plataformas de música. A faixa que reúne as duas vozes é Beleza Destruída, que, como era de se esperar, trata da preocupação comum entre os dois artistas, que são as questões envolvendo a natureza. A letra pode até soar meio ingênua, mas é um recado direto e importante à humanidade: �??Mas o homem/Cego por dinheiro/Só sabe dizer:/Dizimar, dizimar/Ver tanta beleza/Destruída/Encolhendo/A própria vida assim/�? o fim!�?�.

Houve críticos, como Silvio Essinger, em O Globo, que enxergaram elementos do Clube da Esquina na canção. Djavan nega que tenha feito isso conscientemente, mas não rejeita a comparação: “Os críticos têm uma visão a respeito do que a gente faz e, se ele acha isso, não tem problema. Amo o Clube da Esquina, que revela um momento glorioso de Milton”, diz o compositor em referência ao clássico álbum de 1972.

Embora o discurso em Beleza Destruída possa soar pessimista, Djavan revela otimismo em outras canções, como Num Mundo de Paz: “Deixar/ Que o vento leve/ E o amor/ Se encarregue de tudo/ E que a gente volte a rir de tudo/ E que a vida seja longa e tudo/ Num mundo de paz”. Para o cantor, é preciso apostar no futuro, na luz, na esperança:

“Sem esperança, não tem vida. Eu não só acredito [na paz], como tento fazer as pessoas acreditarem”.

Mesmo sem ser questionado sobre o momento atual do Brasil, ele faz questão de acrescentar: “O Brasil vai voltar a ter valores ‘normais’, onde a gente possa contar com o dia seguinte sem sobressaltos e vamos continuar numa democracia plena e irrestrita”. 

Vale lembrar que, pouco após Bolsonaro ser eleito, o cantor deu uma entrevista dizendo que “confiava no futuro do Brasil”. Nas redes sociais, os apoiadores do presidente logo distorceram, dizendo que o cantor acreditava no futuro do governo então recém-eleito. 

Mas Djavan, ao jornal O Globo, afirmou recentemente: “Eu disse que confiava no futuro do Brasil e não no governo do Brasil. Distorceram. Comecei a ler coisas horríveis a meu respeito como se toda a minha história e meus posicionamentos não falassem sobre mim. Mas pensei que desmentir na internet era dar vazão à mentira. Fiquei na minha, levando cacetada�?�.

A gravação de D foi um pretexto também para, pela primeira vez, Djavan gravar com a família. Juntou-se a cinco filhos e dois netos na canção Iluminado, composta na praia, no estado natal do músico. A melodia nasceu a partir de uma batida de ukulele que sua filha Sofia fazia na praia. 

O compositor acredita que seja a canção mais popular do disco. Os filhos mais velhos – Flavia Virginia, João e Max Viana – seguiram o pai e são músicos profissionais. Inácio, embora não seja profissional, �??toca um violão igual a mim�?�, surpreende-se o pai. “Mas não tenho preocupação que sigam minha profissão. Devem seguir o que a vocação apontar”, avisa Djavan.

Como já faz há mais ou menos 20 anos, o músico assumiu em D os arranjos e a produção do álbum, o que é um privilégio para poucos. “Isso começou depois de alguns percalços. �?s vezes, você faz uma canção e chama alguém que até faz um arranjo bonito, mas inadequado. Mas você acaba tendo que gravar porque foi uma pessoa amiga que fez e tal… e acaba numa saia justa. E ainda tem o produtor, que às vezes muda tudo a sua revelia. Então, decidi parar de ter produtor e arranjador. �? um trabalho danado. Mas é divertido!”, festeja o artista.

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