Colégio Pitágoras Cidade Jardim ganha tombamento municipal em BH

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Vitória importante para o patrimônio de Belo Horizonte. Foi aprovado, por unanimidade, o tombamento definitivo do Colégio Pitágoras – Cidade Jardim, construção da década de 1950 localizada na Avenida Prudente de Morais, 1602. A decisão é do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural De Belo Horizonte (CDPCM-BH), durante a 104ª Sessão Extraordinária, por meio de videoconferência. 
A Fundação Municipal de Cultura/Prefeitura de Belo Horizonte informou na tarde desta quinta-feira (11/8), que a deliberação de proteção será publicada no Diário Oficial do Município, com as diretrizes do dossiê acrescidas das considerações dos conselheiros.
Para ex-professores, alunos e funcionários da instituição de ensino, trata-se de um reconhecimento para valorizar o patrimônio cultural, destacar a educação em décadas e enaltecer a história da capital. Morais, 1602, na Região Centro-Sul.
�??Decisão importantíssima, pois o patrimônio deve ser sempre valorizado. O prédio tem uma arquitetura bonita e guarda muita história�?�, diz a empresária Josette Condurú Davis, que, na década de 1960, cursou �??o ginásio e dois anos do científico�?�, hoje ensino médio, no Sacre Coeur de Jesus, e o último ano já no Pitágoras.

História

A história da construção começa há 72 anos, conforme documentos da Fundação Municipal de Cultura �?? a edificação abrigou inicialmente uma unidade do Colégio Sacré Coeur de Jesus de Belo Horizonte, cujo  projeto original data de 9 de março de 1950. O prédio foi erguido em parte dos lotes 31, 33, 35 e 37, da ex-Colônia Afonso Pena. 
As colônias datam dos primórdios de BH e foram incorporados às zona suburbana e, então, loteadas, nunca servindo ao propósito inicial de abastecimento da capital inaugurada em 12 de dezembro de 1897.
Em 1952, a primeira parte da edificação que se estende entre as ruas Iraí até a Rua Santa Madalena Sofia já estava concluída, e nesse ano que o prédio começa a ser usado como Colégio Sacré Coeur de Jesus. Quatro anos depois, o projeto ganha um bloco lateral esquerdo e parte do bloco central direcionado para a Avenida Prudente de Morais, com a conclusão em1958. 
No ano seguinte, vem o término da última parte da construção: a capela. As pesquisas mostram que o engenheiro e arquiteto foi o responsável pela Vicente Buffalo, integrante da primeira turma da Escola de Arquitetura de Belo Horizonte, criada em 1930.
O Sacré Coeur de Jesus funcionou em BH até a década de 1970, quando o prédio cedeu lugar ao Colégio Pitágoras Cidade Jardim, pertencente a um grupo estudantil leigo fundado na década de 1960. Atualmente, o espaço se encontra em manutenção. Ainda conforme a PBH, �??o objetivo é que, depois da finalização das obras e reparos no local, ele seja devolvido de forma definitiva à Congregação da Sociedade do Sagrado Coração de Jesus para que dê continuidade ao seu uso�?�.
Quanto à importância do imóvel como patrimônio cultural de BH, os especialistas destacam se tratar de representante de uma das diversas tipologias de escolas construídas na capital mineira. Assim, a edificação se insere no entorno do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Mosteiro Nossa Senhora das Graças. 
O estilo das fachadas frontais remete ao neoclássico, sendo um exemplar de grande representatividade arquitetônica e paisagística, �??bem como fonte de informação para a compreensão das estratégias de organização do espaço, técnicas construtivas e estudos da história da arquitetura�?�.

Lugar de memória

A preservação da edificação propicia estudos sobre hábitos, valores, modos de ser e viver de uma pluralidade de grupos da sociedade belo-horizontina na metade do século 20, além de ser representativa para a educação patrimonial com subsídios importante para pesquisadores, estudantes, educadores, moradores e turistas. 
E mais: a edificação se apresenta como referência espacial e suporte para apropriações por grupos sociais, sendo um dos mais tradicionais educandários de BH, tanto enquanto abrigou o Colégio Sacré Coeur de Jesus quanto o Colégio Pitágoras.�??A proposta de proteção da edificação mantém a materialidade do espaço enquanto suporte de memórias individuais e coletivas, já que a importância das transformações urbanas não é incompatível com a permanência de marcos físicos de memória, sendo um exemplo de �??lugar de memória�??�?�.

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