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Caso de estudante baiano de 18 anos que morreu após AVC causa choque e comoção

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Estava tudo pronto para a surpresa: quarto arrumado e cesta de café da manhã comprada. Foi como Adriano Lacerda, 18 anos, planejou comemorar o aniversário da sua namorada Kailane dos Santos, 17, em sua casa, no bairro de Massaranduba, em Salvador. Mas a noite do último dia 16 foi interrompida por volta da 1h, quando Adriano teve um mal súbito, desmaiou e começou a convulsionar.

O jovem foi vítima de um rompimento de aneurisma, que causou um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A família ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e Adriano foi levado ao Hospital Roberto Santos, mas morreu no dia seguinte.

Os pais, as irmãs e a namorada de Adriano estavam em casa quando ele passou mal. A maioria dormia e só Kailane presenciou a situação. “Eu fui para a casa dele porque ia dormir lá e ele queria fazer uma surpresa. Chegamos a conversar com todo mundo e, quando foi mais tarde, fomos para a cama. A gente ficou conversando, brincando e eu respondendo alguns parabéns que recebi. Por volta de 1h, ele foi levantar e se sentiu mal. Nesse momento, ele desmaiou”, conta a estudante.

Irmã do jovem, a estudante de enfermagem Mariana Lacerda Figueredo, 27, tinha acabado de chegar em casa quando viu a cunhada pedir ajuda. “Eu acredito que ele tenha saído daqui sem vida porque não respondia e já quando a técnica chegou para ver se ele tinha reflexo de dor, não tinha resposta. Por isso, acredito que estava sem vida, mas o atestado consta como dia 17 por conta de todos os protocolos de morte encefálica e tudo mais”, afirma Mariana.

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Adriano teve mal súbito e não resistiu (Foto: Acervo Pessoal)

O caso pegou todos de surpresa. Cátia Santos, 37, é tia de Adriano e diz que nunca percebeu qualquer sinal de doença nele. “Era uma pessoa extremamente saudável, estava trabalhando, estudando.”. A namorada fala que ele sentia dores de cabeça, mas nunca desconfiou de nada mais sério. “Por um tempo, ele reclamava frequentemente de dores de cabeça. Porém, nunca foi ao médico. Achava que era por conta do estresse no trabalho ou algo assim. Fora isso, não tinha nada e a gente não esperava por isso”, diz Kailane.

Apesar de jovem, Adriano já tinha manifestado a vontade de ser um doador de órgãos e oito pessoas foram beneficiadas com a doação. Na família, todos são doadores voluntários e conscientes da importância do gesto. De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), 2.472 baianos estão na lista de espera por órgãos e os mais demandados são rim, córneas (tecido) e fígado. Assim como Adriano, qualquer pessoa pode fazer a doação, a depender do funcionamento do órgão. Para ser um doador, basta informar previamente à família, a quem cabe a autorização do processo.

Dor da família
Quem conhecia Adriano tenta lidar com a dor de ter perdido o jovem de forma tão inesperada. Cátia Santos afirma passar por momentos de muita tristeza, assim como toda a família. “A partida dele me impactou demais. Estou ainda em processo de aceitação. Ele me escolheu pra ser madrinha quando era pequeno, só que nunca batizamos. Ele teve o batismo no hospital, já sem vida”,  conta a tia.

Os pais de Adriano seguem muito abalados com a morte do filho. Kailane, sua namorada, não chegou a ganhar dele a cesta de café da manhã que seria a surpresa e lamenta ter perdido o namorado. “Está sendo muito difícil porque ele era perfeito. Sempre foi um colega e um amigo desde 2017 nos tempos da escola. A gente tinha uma conexão incrível e criei uma confiança nele que não tinha com ninguém. Era carinhoso e amoroso, tanto comigo como com família e amigos”, conta ela.

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Kailane e Adriano namoravam há 11 meses (Foto: Acervo Pessoal)

Amigos e familiares descrevem o estudante, que também trabalhava como estoquista em uma loja de varejo, como uma pessoa atenciosa e generosa com todos. “Se você olhar qualquer foto dele, sempre estava abraçado com alguém. Era de um carinho incrível, sempre vivia abraçando e beijando a gente. Todo mundo conhece ele assim, tanto que no sepultamento mais de 300 pessoas apareceram. […] Até por ser assim já tinha sinalizado pra nossa mãe que, se algo acontecesse com ele, só não queria ficar cego, mas que poderíamos doar os órgãos dele”, fala Mariana. 

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Adriano e Mariana tinham relação próxima (Foto: Acervo Pessoal)

Há dois meses, Adriano havia sido efetivado em uma loja, onde começou a trabalhar como Menor Aprendiz e pensava em se especializar em logística.

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