Transtorno: sem metrô, passageiros esperam linha expressa por mais de uma hora

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Gritaria, revolta e confusão marcaram a volta do trabalho para casa dos passageiros que tentavam sair da estação Retiro para a estação Pirajá. O trajeto está mais complicado desde o acidente que descarrilou o metrô, em Salvador na terça-feira (31). Para se deslocar de um ponto a outro, os soteropolitanos contam com a linha expressa emergencial disponibilizada pela Secretaria de Mobilidade (Semob). No entanto, a estratégia não tem sido suficiente para evitar a lotação dos veículos e o atraso dos trabalhadores. 

�??A fila está parecendo um caracol, tem muita gente esperando a horas, fiquei uma hora aguardando. Está um caos, os funcionários tentam organizar, mas o pessoal está revoltado com a situação. E como é que não fica?�?�, reclamou Fabrícia Dias, de 32 anos, ao chegar do Retiro, na estação Pirajá. 

Na parada de ônibus do Retiro, os passageiros estavam aglomerados em filas que davam cinco voltas até o local de saída dos ônibus. Quem chegava no ponto de partida, demonstrava alívio por finalmente estar perto de retornar para casa. Já os passageiros que ainda estavam no final da fila não conseguiram esconder a revolta pela situação. 

Patrícia Reis, 30, voltava do trabalho quando se deparou com a fila. O trajeto que fazia em 30 minutos, de metrô, dobrou para uma hora. �??Um caos, não precisa perguntar nada, é só olhar. Uma imagem diz mais que mil palavras, pergunte a alguém onde está o final da fila. Ninguém vai saber dizer, de tão longe que está�?�, lamentou a recepcionista.

Impacientes por causa do longo período de espera e pela saída dos ônibus lotados, por volta das 18h40, muitos passageiros começaram a gritar pedindo celeridade na logística do transporte. Uma delas foi Carol Bispo, de 27 anos, que já aguardava há 1h30. �??Cheguei aqui 17h e estou próximo da saída do ônibus só agora, mais de 18h30�?�. 

De manhã ela não conseguiu pegar o ônibus e precisou ir para o trabalho, na Paralela, com um transporte por aplicativo. Carol ainda conta que na estação Pirajá, destino de quem estava na estação Retiro, não havia nenhum tipo de sinalização indicando o local de saída da linha emergencial expressa. 

�??Pirajá de manhã estava um caos, ninguém avisou que estava tendo reguladora, fiquei uma hora lá. Aqui [estação Retiro] pelo menos tem. Quando não pude mais esperar, peguei um carro pelo aplicativo e cheguei, mas bem atrasada. E agora está ainda pior�?�. 

�? noite, o fluxo inverteu. Enquanto a parada de ônibus do Retiro estava lotada, a estação Pirajá seguia mais tranquila. As sinalizações foram postas e funcionários da CCR Metrô instruíam os passageiros. 

Pela manhã, a Secretaria de Mobilidade (Semob), informou, por meio de nota, que, para atender a demanda e permitir o acesso dos usuários ao metrô no trecho paralisado, implementou, emergencialmente, a linha Estação Pirajá x Terminal do Retiro. Ao todo, 20 ônibus foram disponibilizados em operação.

Os usuários com destino à Estação Pirajá deverão desembarcar no Terminal do Retiro e, de lá, utilizar a linha expressa emergencial. Já quem tiver como destino o Terminal Acesso Norte, deverá desembarcar da linha expressa no Retiro e, de lá, acessar o metrô normalmente. 

No final do dia, a reportagem procurou a Semob para comentar sobre a possibilidade do aumento da linha emergencial, mas até a publicação desta matéria não houve resposta.

Retorno 
A previsão da CCR Metrô é de que as operações da Linha 1, entre as estações Pirajá e Retiro, sejam retomadas até o próximo sábado (4). A empresa ainda está investigando o que causou a falha no rebocador que provocou o descarrilamento dos trens. 

Durante o acidente, seis pessoas ficaram feridas. Dois funcionários da CCR e quatro passageiros. Por meio de nota, o gerente de atendimento e operação da CCR, Leonardo Balbino, informou que todas as vítimas já receberam alta e se encontram bem.

A empresa comunicou que fez contato direto com elas na terça-feira, se colocando à disposição para custear despesas com medicamentos e disponibilizando seu Núcleo de Atendimento Primário �?? serviço de consulta médica especialista.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo
 

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