Ministro da Justiça nega ter falado com Bolsonaro sobre operação da PF contra Ribeiro

Publicado em

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, negou neste domingo, 26, que tenha conversado com o presidente Jair Bolsonaro sobre a Operação Acesso Pago contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, durante viagem aos Estados Unidos. Torres classificou como “especulação” a suspeita de que possa ter repassado a Bolsonaro informações a respeito da investigação da Polícia Federal sobre o gabinete paralelo do Ministério da Educação (MEC).

“Diante de tanta especulação sobre minha viagem com o presidente Bolsonaro para os EUA, asseguro categoricamente que, em momento algum, tratamos de operações da PF. Absolutamente nada disso foi pauta de qualquer conversa nossa, na referida viagem”, afirmou Torres, em seu perfil oficial no Twitter. O ministro não esclareceu se tratou dos planos da PF e da investigação com o presidente antes ou depois da viagem aos Estados Unidos.

Foi a primeira manifestação do ministro da Justiça sobre o caso. Até então, Bolsonaro, Presidência da República e Ministério da Justiça não haviam se pronunciado.

O Ministério Público Federal encontrou indícios de que o presidente Bolsonaro possa ter interferido ilegalmente na investigação e que a operação da PF vazou. Por isso, o caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal.

O delegado responsável pelo caso, Bruno Calandrini, diz que houve tratamento privilegiado ao ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por parte da cúpula da PF. Ele disse não ter autonomia para tocar a investigação.
 
Preso na operação, o ex-ministro Milton Ribeiro disse que o presidente o contou, em um telefonema, que acreditava que havia chances de busca e apreensão contra ele. O diálogo foi interceptado pela Polícia Federal, subordinada a Torres.
 
“Hoje o presidente me ligou Ele tá com um pressentimento novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa”, relatou o ex-ministro em ligação com a filha. No dia da chamada, 9 de junho, Bolsonaro estava em viagem aos Estados Unidos. Anderson Torres acompanhou a comitiva presidencial na visita.
 
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na quarta-feira, 22, na Operação Acesso Pago, que chegou a prender, além de Milton Ribeiro, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles foram liberados após habeas corpus para aguardar as investigações em liberdade.
 

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

Nunes processa Boulos por dizer que prefeito ‘rouba e faz esquemas na prefeitura de SP’

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), entrou na Justiça com pedido de danos morais contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) depois de o parlamentar dizer que o atual chefe do Poder Executivo paulistano rouba e faz esquemas na Prefeitura de São Paulo. A declaração foi dada durante entrevista ao podcast Inteligência Ltda

Moraes derrubou perfis a pedido de órgão chefiado por ele no TSE, mostra relatório

(FOLHAPRESS) - O ministro Alexandre de Moraes derrubou uma série de perfis nas redes sociais e determinou exclusão de conteúdos da internet com base em pedidos de um órgão chefiado por ele mesmo após tomar posse como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Dezenas de decisões de Moraes com base no órgão do TSE constam

Ato de Bolsonaro vai retrucar minuta do golpe e terá Musk como combustível

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ato convocado para o próximo domingo (21), em Copacabana (RJ), em apoio a Jair Bolsonaro (PL) terá como objetivo retrucar a ideia de envolvimento dele com a "minuta do golpe" -que embasa uma das linhas de investigação da PF (Polícia Federal) contra o ex-presidente. Para aliados, o episódio recente que