TAGS

Dom e Bruno: trabalho da dupla terá continuidade

Publicado em

Tempo estimado de leitura: 2 minutos
O trabalho feito pelo indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips terá continuidade. Um livro sobre como salvar a Amazônia estava sendo produzido em uma expedição pelo Vale do Javari (AM), local onde os corpos foram localizados, apontando as violações de direitos humanos na região.
 
Dessa forma, com o �??Programa Tim Lopes�?� da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), colegas estão na região para concluir as investigações.
 
Leia também: Histórico de mortes na defesa da Amazônia vai além de Dom e Bruno 
A dupla foi dada como �??desaparecida�?� em 5 de junho, após dois meses de investigações a respeito de denúncias indígenas.
 
 Conforme a apuração do jornalista Sérgio Ramalho, da Abraji, Bruno teria identificado que um secretário municipal e três servidores nomeados pelo prefeito teriam participação em pesca e caça predatórias e invasão de Terra Indígena.
 
Entre esses servidores, está o parente de Amarildo da Costa Oliveira, o �??Pelado�?�, que foi preso por suspeita de ter participado do assassinato da dupla. Ele, inclusive, é citado como o chefe local do principal grupo de invasores.
 
Leia também: Corpo de Bruno Pereira é cremado no Recife com homenagens de indígenas 
 
 

Caça e pesca predatórias 

Um dos colaboradores indigenistas, que mantém o anonimato, trabalhava com Bruno e deu detalhes à Abraji sobre a caça e pesca predatórias na região.
 
Vale ressaltar, antes de mais nada, que este é o nome dado à pesca que burla a legislação brasileira e provoca extinção de mamíferos aquáticos, diminuição de populações de quelônios, peixes e animais de valor econômico.
Entre eles, os pirarucus e tracajás são algumas dos mais valorizadas neste mercado clandestino. No entanto, no Vale do Javari, �??o grupo também coleta ovos dessa espécie de cágado e caça mamíferos de médio porte, como a anta e o queixada, chamado de porcão pelos indígenas�?�.
 
Leia também:  Bruno e Dom: dupla foi morta por munição de caça
 
De acordo com a fonte ouvida pela Abraji, o �??Pelado�?�, citado anteriormente, atuava como elo nessa cadeia de economia ilegal e atraía pescadores para expedições nas Terras Indígenas (que têm acesso proibido de não indígenas).
 
Assim, segundo a denúncia, ele �??garantia um constante fluxo de mercadorias ao narcotraficante, que as enviava para a Colômbia e o Peru�?�. 
 
 
 

Prejuízo 

 
Essas expedições de grande porte têm um financiamento entre R$ 10 mil a R$ 20 mil, mas que tinha um lucro quatro vezes maior. Os grupos de pescadores chegam a ocultar as embarcações para não despertar atenção de fiscais, �??sobretudo no período em que o indigenista Bruno Pereira coordenava o trabalho�?�.
 
Leia também:  

Povo Xukuru homenageia Bruno Pereira: ‘vive em cada um de nós’
 
�??Rígido no cumprimento da lei, Bruno costumava impôr prejuízos a essa cadeia de economia ilegal. Contudo, além da apreensão dos peixes e quelônios, Bruno também danificava embarcações e seus motores, aumentando mais as perdas do grupo criminoso e a fúria dos predadores�?�, apontou o informante.
E continua: �??O ativista conta que Bruno Pereira vinha fornecendo informações ao jornalista Dom Phillips sobre as relações suspeitas envolvendo pescadores ilegais com o narcotráfico e políticos da região. Dom estava escrevendo um livro sobre a TI do Vale Javari.�?�
 

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

Homem é baleado por policial no centro de São Paulo

Na tarde desta quarta-feira (17), um homem foi baleado por um policial na Estação da Luz, no centro de São Paulo. O tiro foi realizado por um policial militar por volta das 16h30, ainda não há informações sobre a motivação do episódio. Conforme informou a PM, o socorro foi prestado pelo próprio agente e o

Receita Federal apreende 1,3 tonelada de cocaína escondida em carga de café no Porto do Rio

Agentes da Divisão de Vigilância e Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal realizaram uma grande apreensão de cocaína no Porto do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (27). A ação foi feita durante o decreto de Garantia da Lei e da Ordem, que possibilita que as Forças Armadas atuem na prevenção de delitos em

Corredor morre após passar mal em prova e ser internado com xixi preto

Um homem de 50 anos morreu em Caruaru, nesta quarta-feira (24/1), após complicações de saúde provocadas por rabdomiólise, doença ocasionada por uma lesão muscular aguda que deixa o xixi preto. Identificado como Dorgival Celerino do Nascimento havia participado de uma prova de corrida e foi internado devido ao esforço físico. A prova de 14 quilômetros