A Prefeitura de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, protocolou uma representação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo a suspensão do edital para a construção do Rodoanel Metropolitano. A medida tomada nesta quarta-feira (22/6) requer que o processo de concessão da obra da rodovia seja barrado por não ter sido realizada consulta prévia a uma comunidade quilombola localizada próxima ao traçado estabelecido pelo governo estadual para a construção da estrada.
Segundo a Procuradoria-Geral de Contagem, o Governo de Minas violou a Convenção n° 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) ao não ouvir a Comunidade Quilombola dos Arturos sobre o projeto.
A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), disse que recorre ao MPF por não ter conseguido diálogo com o governo estadual por um traçado diferente para o projeto. Ela também afirmou que o município prepara uma ação civil pública para conter o avanço do Rodoanel Metropolitano nos moldes atuais.
Contagem ainda aguarda o julgamento de recurso contra a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), que indeferiu um pedido de suspensão do edital de concorrência pública feito anteriormente pelo município.
Prevenção de acidentes
Apontado pelo governo do estado como uma forma para ampliar a segurança no trânsito na Grande BH, o Rodoanel Metropolitano voltou à tona após acidentes recentes no Anel Rodoviário Celso Mello Azevedo.
Com edital de concessão lançado em janeiro deste ano, a previsão é de que a obra vá para leilão já no próximo mês. A concessionária que vencer a licitação administrará a rodovia por 30 anos e desembolsará cerca de R$ 2 bilhões na construção da estrutura. O estado arca com cerca de R$ 3 bilhões para tirar a estrada do papel.
MPF e Governo de Minas
A medida tomada pelo MPF cita uma violação à mesma Convenção n° 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentada pela Prefeitura de Contagem. Ela trata sobre o dever dos países respeitarem a importância da relação travada entre os povos tradicionais e as terras por eles ocupadas.
No caso da ação pela suspensão das autorizações dadas à Tamisa, o MPF aponta que a Comunidade Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango, no Bairro Santa Efigênia, em BH, não foi consultada no processo de licenciamento promovido pelo estado.
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