Cai diferença de Zema para Kalil, mostra nova pesquisa

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A diferença entre os dois principais pré-candidatos ao governo de Minas caiu para 17 pontos percentuais. �? o que aponta pesquisa Instituto F5 Atualiza Dados, divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas neste sábado (18/6). O governador Romeu Zema (Novo), que tentará a reeleição, lidera as intenções de voto com 45,7%. Ele é seguido pelo ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que agora soma 28,4%.

Na última pesquisa da F5, feita em fevereiro, Zema tinha 46,8%, ante 17,4% de Kalil. De lá para cá, o governador oscilou negativamente 1,1% em seu índice – percentual dentro da margem de erro de 2,5 pontos de ambos os levantamentos. Já Alexandre Kalil, após sair da prefeitura de Belo Horizonte e receber o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cresceu 11 pontos, portanto, fora da margem de erro.

Com 4,1%, o senador Carlos Viana, do PL, está em terceiro lugar na corrida ao Palácio Tiradentes. O quarto é o ex-deputado federal Miguel Corrêa (PDT), que tem 1,8%.

Também ex-parlamentar, Marcus Pestana (PSDB) aparece com 1,5%. Ele está à frente da professora Vanessa Portugal (PSTU), que tem 1,3% das intenções de voto, e da doula e estudante de jornalismo Renata Regina (PCB), que soma 1,1%.

A professora Lorene Figueiredo, do Psol, e o ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe (PSB), não atingiram um ponto percentual. Eles têm 0,3% e 0,2%, respectivamente.

Os números são referentes à pesquisa estimulada, em que os entrevistados têm de opinar a partir de uma lista de pré-candidatos. Nesse cenário, há 10,5% de indecisos, 4,1% de potenciais votos brancos e nulos. A abstenção foi de 1%.

Segundo Domilson Coelho, diretor-executivo da F5 e pós-graduado em Ciência Política, o crescimento de Kalil está relacionado com a formalização da aliança com Lula, pré-candidato ao Palácio do Planalto. “Já está explícito que Kalil é o candidato de Lula ao governo de Minas”, diz.

“Ele deixou a Prefeitura de Belo Horizonte e intensificou as agendas políticas e partidárias. Kalil tem visitado todas as regiões do estado, já está com discurso de candidato e tem construído alianças”, pontua.

Na última quarta-feira (15), Kalil e Lula fizeram o primeiro ato público juntos desde que a parceria foi oficializada. Eles estiveram lado a lado em um palanque montado em Uberlândia, no Triângulo.

Para o especialista, o panorama deve sofrer novas alterações até o primeiro turno, agendado para 2 de outubro. “Ainda há um intervalo entre ele e Zema. Kalil vai crescer mais? Com certeza. A campanha ainda está no início. Vão haver debates, entrevistas e viagens a todas as regiões”.

A F5 Atualiza Dados fez 1.560 entrevistas telefônicas em Minas entre os dias 13 e 16 deste mês para dar forma ao levantamento.

Zema também lidera espontânea

O governador mineiro também tem a ponta na pesquisa espontânea – modelo em que os participantes podem citar livremente potenciais candidatos. No levantamento da F5, Zema aparece com 19,4% das citações, contra 7,1% de Kalil.

Os ex-governadores Antonio Anastasia e Fernando Pimentel (PT), bem como Carlos Viana, também foram citados. Apesar disso, nenhum deles rompeu a barreira do 1%.

No levantamento espontâneo, a indecisão foi de 31,8%; abstenções, por sua vez, somaram 17,3%. Pessoas que disseram que votariam em branco ou em nulo corresponderam a 22,9% do total.

Os fatores que podem mudar o jogo de Zema

Para Domilson Coelho, a manutenção – ou não – da pré-candidatura de Carlos Viana deve alterar as intenções de voto de Zema. O senador é, neste momento, o palanque de Jair Bolsonaro (PL) em Minas, embora o presidente tenha feito acenos recentes ao governador. Recentemente, ao participar do podcast “EM Entrevista”, do Portal Uai, Viana disse que só se retira da disputa se receber ordem do tipo de Bolsonaro.

O especialista crê que Zema pode ser prejudicado também uma candidatura própria do PSDB, partido que tem quadros importantes no atual governo estadual. E, apesar dos afagos de Bolsonaro a Zema, Domilson aponta relevante chance de o governador se cacifar mesmo sem o apoio do capitão reformado.

“Ele tem votos e capital político para sustentar uma candidatura sem a interferência de nenhum presidente. Porém, se a candidatura de Viana permanecer e Pestana crescer, o risco de Zema desidratar muito e perder fôlego para Kalil é grande. Vai depender dos arranjos políticos a partir de agora”.

O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob os números MG-00062/2022 e BR-02909/2022. O nível de confiabilidade dos dados coletados é de 95%.

O EM mostrou ontem que a disputa pela única vaga de senador em jogo neste ano é liderada por Aécio Neves (PSDB) nas pesquisas estimulada e espontânea. O deputado federal é seguido por Cleitinho Azevedo (PSC), que cumpre mandato na Assembleia Legislativa.

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