Boom ou bolha?

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Segundo as últimas pesquisas, quase 20 por cento da população brasileira consome podcast. Somos a segunda maior nação do planeta em número de ouvintes. Então a pergunta seria: esse percentual vai chegar mais próximo dos cem ou do zero nos próximos anos?
Vamos refletir sobre alguns pontos: a natureza do podcast é ser aberto, livre e democrático. Para produzir conteúdo, você pode usar desde um super e tecnológico estúdio até um simples celular. Isso faz com que quem produz conteúdo possa se multiplicar exponencialmente e alimentar muito rapidamente o apetite dos usuários. Ok, isso é uma ponta. Vital, por sinal. Afinal, só tem consumidor quando se tem produto. Mas e a outra ponta? Vai se manter na fatia dos vinte por cento? Ou o podcast vai abocanhar os outros 80?
O podcast está em todos os lugares. Em todas as plataformas. Pode ser consumido de várias maneiras. Ponto para ele. Ele é muito facilmente adaptável a nossa vida cada vez mais multitarefa. O público estava  procurando algo que pudesse trazer significado para suas vidas e ainda liberar os olhos para fazer outras atividades. Mais um ponto para ele. Mas vem aqui o ponto principal de toda essa conexão tão forte: no Brasil houve uma entrega de conteúdo de muita qualidade. Sabemos fazer isso como poucos.  Com a pandemia, descobrimos o valor do tempo. E o podcast soube como ninguém valorizar cada minuto nosso.
Houve também uma personalização que fidelizou o público. Cada usuário gosta de determinado tema ou assunto diferente. Uma experiência única para cada um. Tanto que muito da audiência de alguns podcasts vem mais do boca a boca dos amigos do que de qualquer outra forma de engajamento. Se você viveu uma boa experiência e sentiu que ele é especial para  você, vai querer compartilhar.
Mas voltando à pergunta inicial: como é que fica daqui pra frente? Temos claramente o boom e com todos os indicativos de que não é uma bolha. Mas como se consolidar nesse crescimento?
A resposta é uma só: criatividade. Como escrevi no começo do texto, somos um país de pessoas apaixonadas por conversas. Mesmo que você não participe diretamente dela. Vamos pensar nas novelas, no rádio e nos realities. Sempre queremos fazer parte dessas conversas como ouvintes ou espectadores. Isso é bem brasileiro. Somos recordistas de audiência no mundo nesses assuntos. Por isso, não tem outro jeito: o futuro  vai passar por formatos inovadores, diferentes e interessantes. Viemos muito bem até aqui nesse quesito.
Mas à medida que a linguagem se solidifica, queremos ser atraídos por novas formas de dialogar. O desafio é que nem todos os criadores conseguem criar e pensar em diferentes estruturas. Temos um mar aberto para as ideias no podcast. Os audiodocumentários, por exemplo, mal começaram. Muito do que as pessoas vão querer ouvir elas ainda nem descobriram que querem. O bom de tudo isso? �? que elas querem.
Então pode ser diferente? Pode. Vida longa ao podcast.
Paulo Castro é sócio e CEO da JOR: Jornadas Seekers.
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