O centro de São Paulo é um polo importante para a capital paulista em diferentes aspectos. Na gastronomia, na cultura, na economia, na política e também na educação. �? nela que estão localizadas a Prefeitura, a Câmara, o Theatro Municipal, a B3 e tantos outros importantes prédios públicos e repartições de empresas. O Centro é parte fundamental da história da maior cidade da América Latina. Entretanto, nos últimos anos, a região tem vivido no completo abandono e com a população de rua cada vez maior. A situação é triste no Pátio do Colégio, onde a cidade foi fundada em 1554, e na Praça da Sé. Segundo balanço da prefeitura, a população de rua cresceu 31% nos últimos dois anos. Atualmente, são mais de 31,8 mil pessoas morando na rua.
Para o coordenador do curso de arquitetura e urbanismo do Mackenzie, Lucas Fehr, o abandono do centro se deve à falta de moradores, que, aos poucos, foram deixando a região. �??Os moradores, de certa forma, são os olhos que cuidam da cidade. Não ter moradores já causa um esvaziamento. Seria importante termos políticas públicas que favorecessem essa ocupação do Centro�?�, diz Lucas. Com ruas vazias e pouco movimento, a insegurança aumenta significativamente. Na região dos Campos Elíseos, os roubos cresceram mais de 120%, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).
Com o aumento da violência, os estabelecimentos comerciais tiveram que se adaptar. Um bar que fica na esquina da Avenida Ipiranga com a São João, reforçou o a segurança para proteger os clientes. Angela Simeone, gerente de operações de bares e hotéis no Centro diz que ter uma segurança reforçada virou um necessidade. �??Eu tenho segurança para acompanhar da porta do veículo, do meio transporte que chegam até dentro do estabelecimento e a partir do momento em que você sai. [�?�] Hoje não é um luxo, é uma necessidade dos estabelecimentos que, por ora, estão aqui�?�, afirmou a gerente.
Os reflexos são sentidos em bairros do entorno. Em Higienópolis, a sensação também é de medo entre os moradores. Renata Talerman vive na região há mais de 40 anos. Com receio de ser roubada, ela começou a adaptar a rotina. �??Para evitar que eu seja roubada, eu saio sem celular, quase sempre, só com documento e com cartão, nunca com dinheiro. Se for estritamente necessário que eu esteja com celular, eu já coloco no moo silencioso e nunca atendo na rua�?�, explica. Segundo número da SSP, bairros nobres como Consolação, Itaim Bibi e Pinheiros registraram quase o dobro de roubos neste primeiro trimestre.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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