Manaus é uma verdadeira metrópole industrial em plena floresta amazônica. Assentada às margens do Rio Negro, quase no encontro com o Rio Solimões, a capital amazonense abriga 3 milhões e 700 mil pessoas em seu território.
O clima da região faz com que parte da cidade fique alagada durante metade do ano, na época das chuvas. Essa realidade impõe um verdadeiro desafio quando o assunto é levar água tratada e coleta de esgoto para a população manauara.
A Rádio Nacional viajou até a capital do Amazonas a convite da empresa Águas de Manaus, que é responsável pelo serviço de saneamento básico na cidade. Fomos até o bairro Cachoeirinha, onde uma comunidade de baixa renda vive em casas elevadas com palafitas sobre um antigo igarapé �?? que, atualmente, está contaminado pelo lixo e pelo esgoto.
Em 2019, a concessionária desenvolveu um projeto inédito, que permitiu levar água tratada para as pessoas que moram no local. A doméstica Giselle Dantas de Oliveira, uma das líderes da comunidade, falou da transformação vivida pelas famílias a partir do acesso à água potável.
“Mano, isso aí foi uma alegria pra todos nós. A gente pode beber da água, lavar a roupa tranquilo. A vida aqui, antes, era bem complicada. Porque os canos eram todos enterrados na lama, a gente tinha que cavar com a mão pra ajeitar, era muito dificultoso. Trazia muita diarreia, vômito, febre. As crianças ficavam internadas, os idosos. Hoje, a gente não tem diarreia, não tem vômito.”
O gerente de Responsabilidade Social da Águas de Manaus, Semy Ferraz, explicou os detalhes desse projeto que permitiu levar água tratada para a região alagadiça.
“Praticamente, 15% da cidade fica alagada. E as pessoas sobem as suas casas, sobem o piso. Nós fizemos uma rede e garantimos que ela ficava acima da cota de enchente. Então, no período de seca, a gente baixa a rede �?? ela fica num ponto sem contato com o esgoto. Quando o rio vai subindo, as pontes e acessos vão subindo, a gente sobe a nossa rede também. Isso propicia de a gente levar água de qualidade, sem contato com o esgotamento.”
Graças a projetos como esse, a empresa concessionária afirma que o acesso à água potável está universalizado em Manaus. O próximo desafio é ampliar a rede de esgoto: atualmente, apenas 26% da população manauara está contemplada pelo serviço.
Para isso, nos próximos anos, a Águas de Manaus pretende realizar o maior investimento da história da capital amazonense no setor de saneamento. Quem explica é o vice-presidente regional da empresa, Renato Médicis.
“Nos próximos 5 anos, a gente vai investir 1 bilhão de reais. São cerca de 300 km de rede. São cerca de mais 700 mil pessoas, chegando a 1 milhão de pessoas atendidas. Chegando a quase 45% da cidade atendida com esgotamento sanitário nos próximos 4, 5 anos. Depois, vem um novo ciclo, pra que se chegue naquele 90% de cobertura da cidade até 2033.”
A previsão da Águas de Manaus é de que a cada ano, sejam construídos cerca de 300 quilômetros de rede de esgoto na capital do Amazonas. Atualmente, a cidade conta com menos de 800 quilômetros de rede, além de 80 estações de tratamento de esgoto.
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