Cidades da Grande BH voltam a exigir máscaras nas escolas

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O aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) entre as crianças tem levado cidades da Grande BH a voltar com a obrigatoriedade do uso de máscaras em sala de aula. A medida já começa a valer hoje em Nova Lima. Em Betim, na próxima segunda-feira. Mas se as estatísticas continuarem subindo, a tendência deve ser a mesma em outras localidades nos limites da capital mineira.
 
O assunto, inclusive, será tema de reunião na Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel). Presidente da entidade, Ilce Rocha, que também é prefeita de Vespasiano, adiantou que um encontro será marcado nos próximos dias para discutir a particularidade de cada cidade.
 
�??Isso (a volta das máscaras em escolas) já era esperado�?�, afirma o infectologista Leandro Curi, membro da diretoria da Associação Mineira de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar de Minas Gerais (Ameci). O especialista, que integrou o comitê de enfrentamento ao novo coronavírus de Ibirité, também na Grande BH, afirma que a retirada da obrigatoriedade do uso do equipamento de proteção individual (EPI) em ambientes fechados foi precipitada. �??Eu não sei qual foi a estratégia usada, mas era o auge da variante �?micron, que é mais transmissível, estava chegando a época mais fria do ano e a cobertura vacinal de crianças contra a COVID-19 estava, e ainda está, muito baixa. �? hora de reconsolidar o uso de máscaras nesses ambientes�?�, defendeu o médico.
 
Em Nova Lima, a decisão de voltar com as máscaras em escolas e no transporte escolar foi tomada como medida cautelar, considerando a alta dos números de novos casos diários de infecção pelo coronavírus na cidade. Para obrigar o uso de EPI em sala de aula, Betim alegou se tratar de medida preventiva por causa do aumento de 30% nas notificações de doenças respiratórias nos últimos dias, impulsionadas pelo tempo frio e seco. A cidade não emite informes epidemiológicos, mas, de acordo com o painel da Secretaria de Estado de Saúde (SES), a incidência da enfermidade por lá é de 12,6 casos por 100 mil habitantes.
 
Outras cidades da Grande BH, inclusive a capital, afirmam que estão de olho nas estatísticas, mas por enquanto nenhuma medida mais restritiva será adotada. Secretária de Saúde de Sabará, Mariana Nunes destacou que a imunização continua sendo a melhor forma de se proteger. �??Desde as últimas ‘liberações’, observamos um certo relaxamento da população para tomar todas as doses disponíveis, principalmente crianças. E podemos falar que é algo relacionado não só à COVID-19, mas a todos os imunizantes�?�, contou.
 
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte (SMSA) reconhece o aumento de casos de COVID-19. Na metrópole, alunos podem ficar sem a máscara nos colégios. �??A situação é acompanhada pela SMSA e, caso seja necessário, e de acordo com dados epidemiológicos e informações estatísticas, os protocolos sanitários poderão ser revistos. No momento, serão mantidas as medidas implantadas�?�, informou a pasta.
Já a Prefeitura de Contagem espera uma nova reunião do grupo que acompanha a situação da pandemia para avaliar novas medidas. �??A nova determinação sobre o uso de máscaras em toda a cidade e em recintos fechados, inclusive nas escolas, será definida após nova reunião do Comitê de Enfrentamento à COVID-19�?�, disse em nota.
 
Em Ribeirão das Neves, a discussão da volta da proteção facial está mais ampliada. Em nota, a prefeitura da cidade informou que �??a volta da utilização de máscara pelos munícipes, como obrigatoriedade, está sendo discutida pelo Comitê Integrado de Crise em Saúde Pública�?�.
VACINA�?�?O INFANTIL Em Minas, apenas 35% das crianças de 5 a 11 anos completaram o esquema vacinal com as duas doses. Na capital, 52,6%. �??�? de se preocupar. Existe vacina para algumas doenças, como influenza e COVID-19, mas para outras infecções respiratórias não tem, só existe a etiqueta respiratória�?�, frisa o infectologista Leandro Curi.
 
Em meio a esse cenário, Leandro Curi acredita que a máscara será �??companheira indispensável�?� todos os anos na época de incidência das enfermidades respiratórias, que vai de março a julho. O coro é engrossado pelo secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti. Durante entrevista coletiva concedida ontem, ele afirmou que essa rotina deverá permanecer por muito tempo.
 
Pelo menos por enquanto, segundo o titular da pasta, Minas não terá medida para obrigar o uso de EPIs em ambientes fechados. Porém, Baccheretti recomenda que elas sejam usadas nas escolas. �??A síndrome respiratória é normal nesta época, as crianças adoecem mais. Mas a menor parte dos casos é COVID-19, a maior parte são outros vírus�?�, disse.
O secretário frisou, ainda, que esse comportamento da SRAG é histórico, antes mesmo da pandemia. �??A COVID-19 tem comportamento sazonal, e isso vai acontecer sempre entre março e julho. Não há motivo para imaginarmos uma retomada da pandemia, é apenas a sazonalidade das doenças respiratórias�?�, complementou. Entretanto, ele ressaltou a necessidade de complementação dos esquemas vacinais de crianças e segundo reforço, entre idosos. (Leia mais abaixo.)
*Estagiária sob supervisão da subeditora Renata Galdino

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