Advogado investigado em esquema com juízes teria viajado mais 150 vezes para o exterior

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Um dos alvos da Operação Skiagraphia, o advogado José Maria de Morais Borges Neto, teria feito 150 viagens internacionais entre 2008 e 2021. De acordo com uma reportagem do Diário do Nordeste, o advogado teria feito pelo menos uma viagem internacional por mês neste período. Durante a operação, realizada na última sexta-feira (20), a Polícia Federal apreendeu R$ 930 mil em um dos escritórios do advogado. Atualmente, ele é proprietário de uma banca com sedes em Fortaleza, Recife e São Paulo. 

 

A aperação investiga um rombo bilionário aos cofres públicos da União envolvendo o advogado e dois juízes federais. Borges Neto atuou por anos como diretor administrativo de uma das varas da Justiça Federal do Ceará, incluindo o período em que o magistrado Augustino Lima Chaves, outro investigado na operação, era diretor do Foro. 

 

 

Segundo a reportagem, a rotina de milionário adotada pelo advogado suspeito e familiares dele chamou a atenção dos investigadores. O suspeito também teria adquirido imóveis por valores de mais de R$ 2 milhões, depois da criação do escritório. Antes de iniciar a atuação em execuções fiscais, a renda declarada dele era de R$ 14 mil.

 

“O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) detectou intensa movimentação financeira suspeita, em espécie, realizada principalmente por José Maria de Morais Borges Neto e seus empregados, em período coincidente com o dos fatos em apuração, destacando-se cerca de R$ 680.000,00 sacados em espécie. O investigado pagou faturas de cartão de crédito de cerca de R$ 100.000,00 por mês, em três meses distintos. Ele realizou aportes únicos, no montante de R$ 4.000.000,00, em 2016 e 2020, em diferentes produtos financeiros, em período suspeito”, aponta a investigação.

 

A investigação aponta que o advogado ingressou na Justiça Federal no ano de 2004, como Diretor de Secretaria da 15ª Vara Federal em Limoeiro do Norte. Na época, a vara era comandada pelo juiz José Parente Pinheiro, o outro magistrado investigado na Operação Skiagraphia. Ele trabalhou com o magistrado até abril de 2007. Posteriormente, foi convidado por Augustino Lima Chaves para dirigir a Secretaria Administrativa até 2009, “tendo o convite sido renovado pelo Diretor do Foro sucessor, atualmente aposentado, juiz federal José Parente Pinheiro”. Os investigadores suspeitam que o advogado e os juízes acertaram para que fosse montado um escritório específico para atuar na área de execuções fiscais.

 

O juiz federal Augustino Lima Chaves é atualmente o assessor direto do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins. Ele nega qualquer envolvimento no suposto esquema e afirma que em nenhum momento foi intimado no decorrer da investigação para prestar esclarecimentos e que sua inocência ficará comprovada.

 

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