Minas Gerais é o terceiro estado em número de startups no Brasil

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Minas Gerais vem se consolidando como um ambiente propício para o desenvolvimento de novas startups. Segundo dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), Minas é o terceiro estado do país com a maior quantidade de empresas deste tipo. O estado fica atrás apenas de Santa Catarina com 12,6%, e São Paulo que lidera o ranking com 32,5%.
 
Outro dado importante que demostra um ambiente favorável às startups, é o aumento no número deste tipo de empresa nos últimos sete anos. Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede), o estado contava com 365 startups em 2015, já neste ano o número passou para 1.250, um aumento de 242%.
 
 
 
Para Tomás Duarte, cofundador e CEO da Track.co, uma startup de tecnologia voltada para o monitoramento e gestão da satisfação do cliente, esse crescimento está muito alinhado a expansão tecnológica das empresas como um todo. �??Minas tem muita responsabilidade nisso. Desde 2010, existe um ecossistema de startups muito forte de startups – o San Pedro Valley, que ajudou a disseminar a cultura de empreendedorismo inovador e tecnológico. Isso acaba incentivando outras pessoas a empreender na área de tecnologia�?�, explica.
 
Tomás também destaca o papel das universidades e da academia em investir em cursos de tecnologia, contribuindo para o crescimento do número de startups no estado. �??Minas Gerais é uma escola super importante nas áreas de engenharia da computação, ciência da computação, sistemas de informação, engenharia de software e vários outros cursos tecnológicos, o que estimula o surgimento de empresas e startups�?�, diz o CEO da Track.co.
 
Minas Gerais também passou por uma ampliação de seus polos de startups, em cidades como Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberlândia e Uberaba. O superintendente de Inovação da Sede, Pedro Emboava, diz que o estado tem como foco incentivar o crescimento dessas empresas, por meio da qualificação e da geração de emprego e renda.
 
�??O que observamos nessa pandemia é que micro e pequenos empreendedores buscaram conexão com as novas tecnologias, muitas desenvolvidas por startups. No futuro, não muito distante, com o avançar das inovações, muitos dos empregos manuais operacionais serão substituídos por tecnologias. Portanto, ter essas empresas em Minas é fundamental para que o estado se mantenha competitivo a médio e longo prazo. Estamos criando empregos agora que vão continuar existindo daqui a 40 anos�?�, explica.
 
Pedro Emboava também destacou a importância de fomentar o crescimento de startups no surgimento e na captação de novos talentos no estado. �??�? uma área que gera empregos que exigem qualificação. Hoje, grande parte da mão de obra acaba saindo de Minas. Portanto, ter esse nicho aqui facilita para que possamos reter a mão de obra e os talentos mineiros. Além disso, como vimos na pandemia, houve um declínio relevante em vários setores e a tecnologia foi menos afetada, se mostrando resiliente a esses momentos de volatilidade econômica�?�, diz o secretário.
 
Programas de incentivo 
 
O estado conta com alguns programas de incentivo a startups. Um deles é o Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed), que apoia empresas de tecnologia com rodadas anuais de investimento.
 
�??Na atual edição, tivemos oportunidade de abrir um novo mercado para startups – o setor público. Levamos 37 desafios de secretarias e órgãos diversos para que startups pudessem se inscrever a ajudar na solução de políticas públicas do estado. Ao todo, 59 startups participaram, 47 atuaram em 31 desafios e tiveram soluções aprovadas. Durante os seis meses de aceleração, essas empresas faturaram R$ 14,8 milhões, empregaram mais de 400 pessoas e captaram mais de R$ 11 milhões fora do programa. Isso mostra o resultado e o benefício do programa�?�, explica o superintendente.
 
Para Tomás Duarte, a principal vantagem está no ecossistema das empresas mineiras, já que não há nenhuma vantagem tributária, em comparação com outros estados.
 
Mas o empreendedor reforça a necessidade de o estado investir na educação tecnológica para manter esse crescimento. Além da educação, o CEO da Track.co aponta para a criação de uma série de mecanismos, espaços, investimentos em infraestrutura, tudo isso para que os jovens empreendedores consigam realizar a expansão do negócio. �??O melhor modelo para o estado pode ser a menor intervenção possível, ou seja, fomentar e depois parar de intervir�?�, explica Tomás Duarte.
 
No início do ano passado, o governo do estado sancionou uma lei ( Lei Nº 23.793) que trata da adoção de medidas de estímulo ao desenvolvimento de startups em Minas Gerais. A medida busca promover a inovação dos métodos de negócio e produção, aumentar a produtividade e a competitividade, além de fomentar a modernidade tecnológica, econômica e social no estado.
 
Tomás cita exemplos de algumas startups que conseguiram se destacar no mercado nacional, como a Track.co, Méliuz, Sympla, Sambatech, Hotmart, Rock Content, Solides e Dito. �??Várias startups mineiras se consagraram como líderes do mercado em vários segmentos. Só que isso já tem 10 anos, ou seja, qual é a nova geração de startups que está vindo e que vai liderar o mercado no Brasil? Então é isso que a gente precisa ter, ou seja, criar uma nova geração de empreendedores. Para isso, as pessoas têm que ter toda essa estrutura para fazer parte do ecossistema”, esclarece.

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