Após 10 anos, baiano volta a disputar torneio de karatê nos EUA que ajudou a conseguir visto

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O carateca Williames Souza, de 31 anos, se prepara para disputar o USA Open de karatê. O torneio acontece entre os dias 13 e 17 de abril, em Las Vegas. Há 10 anos, essa mesma competição facilitou a vida do baiano a conseguir o visto americano de turismo.

 

“Meu primeiro visto foi há 10 anos, que eu tirei para vir pra uma competição aqui nos Estados Unidos. Foi a USA Open, que é a competição que vai acontecer no mês vem e eu vou participar também”, revelou em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Williames está fazendo intercâmbio nos Estados Unidos. O carateca está na em Filadélfia, no estado da Pensilvânia, estudando inglês. Ele chegou ao país em fevereiro e vai ficar até maio. Além de aprimorar a língua estrangeira, o atleta tem aproveitado a estadia na “Terra do Tio Sam” para disputar campeonatos de karatê. No último sábado (5), ele conquistou a medalha de ouro no Tourtament X, etapa do circuito americano da modalidade.

 

“Estou aqui para melhorar o inglês. Na verdade, estou fazendo algumas aulas online, com um professor do Brasil, e estou praticando aqui. A ideia era justamente ficar imerso na cultura para absorver o mais rápido possível”, disse. “As competições de karatê são amadoras. Eu não ganho dinheiro com essas competições. Então, é possível competir aqui com esse visto de turismo que eu tenho”, completou.

 

Williames faz parte da seleção brasileira de karatê há mais de 13 anos. Nos últimos cinco anos, ele se dedicou exclusivamente à modalidade.

 

“Eu estava participando do ciclo olímpico, tentando classificar para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, não conseguia conciliar com nenhuma outra profissão. Meu foco era o esporte, era o karatê”, falou.

Foto: Arquivo Pessoal

 

Formado em fisioterapia e gestão, o baiano trabalha como gestor num empresa da área de saúde, com sede em Goiânia.

 

“No final do ano passado, durante a pandemia, os planos começaram a mudar e eu fui aprovado num programa de trainee de uma empresa da área de saúde. Hoje meu foco é na gestão. Ainda estou na área de saúde, mas agora como gestor. Finalizei o programa de trainee em fevereiro agora. Conversei com o CEO e os diretores da empresa. A sede é em Goiânia, eu ficava morando entre lá e Brasília. Já iria assumir um cargo de coordenação na empresa, mas pedi essa licença para ficar três meses aqui nos Estados Unidos e dar uma aprimorada no inglês, até para abrir mais portas na frente”, comentou.

 

CARTA-CONVITE
Quando aplicou o pedido de visto no Consulado americano pela primeira vez, Williames Souza reuniu o máximo de documentos para comprovar que sua ida para o país seria apenas para disputar o USA Open de karatê. Na época, ele fazia faculdade e também estava em meio ao pagamento do financiamento do carro.

 

“Levei comprovante de matrícula, o documento do meu carro que era financiado, enfim, tudo para comprovar que eu voltaria para o Brasil e que a ideia não era imigrar para os Estados Unidos, que eu estava indo só para competir e voltar. Junto com esses documentos pessoais, levei a carta-convite do evento, que peguei através de solicitação no próprio site da Federação americana de Karatê. Lá na entrevista, o pessoal perguntou o que eu ia fazer nos Estados Unidos. Falei que era atleta da seleção e que iria participar da competição. Mostrei a carta-convite e depois disso, nem precisei mostrar os outros documentos. Foi tudo bem tranquilo por conta desse documento oficial da federação que eu tinha”, lembrou.

Foto: Arquivo Pessoal

 

Para voltar aos Estados Unidos neste ano, Williames apenas pediu a renovação do visto. Como o documento ainda não tinha vencido, ele não teve muito trabalho para conseguir a extensão, mesmo em tempos de pandemia global do novo coronavírus.

 

“Essa minha renovação, não precisei passar por entrevista, porque ele não estava vencido. Só fiz o procedimento no site mesmo, entreguei o documento num local específico. Foi um processo bem mais simples”, disse.

 

HIST�?RIA NO KARAT�?
Williames Souza entrou no karatê aos cinco anos de idade. O motivo? “Meus pais me colocaram com o intuito de me disciplinar mesmo. Era uma criança meio atormentada (risos). Então, tinha que gastar energia de alguma forma para chegar em casa e só dormir”, relembrou.

 

Porém, a história não foi de amor à primeira vista. “Na adolescência, a maioria dos meus amigos não fazia karatê. Eu ia para a aula meio forçado, porque na verdade eu queria era jogar bola ou fazer qualquer outra coisa com eles, mas tinha que ir para o treino. Então, acabei parando”, admitiu.

 

A pausa no karatê durou quatro anos. Tempo necessário para Williames perceber que realmente gostava da modalidade. “Depois que voltei estou até hoje sem parar e fui pra seleção baiana, seleção brasileira… Foi dessa forma que eu comecei”, finalizou.

Foto: Arquivo Pessoal

 

Durante sua trajetória no karatê, Williames já liderou o ranking nacional durante nove anos consecutivos. A galeria de conquistas do baiano inclui oito medalhas de Jogos Pan-Americanos, e outras oito em Sul-Americanos. Além disso, ele foi campeão brasileiro em 15 edições.

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