Durante todo o mês de maio organizações da sociedade civil, empresas e governos em todo o mundo estarão voltados para a conscientização sobre a segurança no trânsito. O �??Maio Amarelo�?� quer alertar a todos sobre os principais problemas que afetam o dia a dia de condutores e pedestres. Neste ano, o movimento tem como tema �??No trânsito, o sentido é a vida�?�, chamando a atenção para o alto índice de mortes e feridos no trânsito ao redor do planeta. A principal causa é a falta de respeito às regras de trânsito, sendo a recordista, dirigir em velocidade incompatível.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 3.400 pessoas morrem nas estradas todos os dias no mundo, além disso, outras dezenas ficam feridas ou adquirem incapacidade total, e os mais afetados são as crianças, pedestres, ciclistas e pessoas idosas. Para ajudar a reduzir esses números, considerados pela Organização como uma epidemia contemporânea, foi criada em 2011 uma campanha chamada �??Década de Ação pela Segurança no Trânsito�?�, que segue até 2020.
�?s vésperas de completar o ciclo, a redução da velocidade segue sendo um dos principais pilares para diminuir o número de acidentes e de vítimas fatais. �? o que destaca o pacote de medidas técnicas para a segurança no trânsito, �??Salvar Vidas�?�, publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde, que mantém a campanha �??Salvemos vidas #ReduzaAVelocidade�?�.
David Duarte Lima, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em educação para o trânsito, explica que a ideia de aumentar a velocidade para ganhar tempo não passa de uma ilusão. �??Foi feita uma experiência na Alemanha, com dois motoristas, e para um foi dito: �??Olha, corra o máximo que você puder�?? e para o outro, �??Dirija na velocidade da via, siga às normas de segurança�??. O motorista rápido e intrépido freou muito mais, correu muito mais riscos e ganhou apenas 3% do tempo. �? um ganho absolutamente irrisório�?�, afirma.
Na mesma linha, a coordenadora de Segurança Viária da WRI Brasil �?? Cidades Sustentáveis, Marta Obelheiro, destaca que, muitas vezes, a redução da velocidade esbarra na ideia equivocada de que pode haver aumento no tempo de congestionamentos. �??Isso não acontece. Na Austrália, por exemplo, a velocidade foi reduzida de 60 km/h para 50 km/h e essa redução foi associada a um aumento dos tempos médios de viagem de apenas 9 segundos por deslocamento, ao mesmo tempo em que evitou quase 3 mil acidentes com vítimas por ano. Ou seja, as cidades podem reduzir os limites de velocidade sem aumentar os congestionamentos�?�, avalia.
O especialista em trânsito e diretor da Perkons, Luiz Gustavo Campos, diz que o objetivo dos equipamentos de fiscalização eletrônica é exatamente promover a velocidade adequada para cada via, colaborando para a manutenção da vida. �??As tecnologias de trânsito – como radares, câmeras para supervisão e gravação de imagens, lombadas eletrônicas e fiscalização de evasão de pedágio �?? fornecem dados que auxiliam órgãos e gestores públicos a pensarem ações que melhorem o trânsito, além de contribuírem na conscientização dos motoristas em relação ao cumprimento das regras e leis de trânsito�?�, destaca Campos.
Sugestão de legenda: Equipamentos de fiscalização eletrônica promovem a velocidade adequada para cada via
Crédito foto: Divulgação/Perkons
.
Que você achou desse assunto?