Acusada de matar três pessoas de uma mesma família, Ideane Nascimento de Souza, 28 anos, foi a julgamento popular nesta segunda-feira (25), no Tribunal do Júri de Eunápolis. Ideane foi condenada a 54 anos de prisão, em regime fechado, pelos assassinatos de Sirlélia Santos Souza, 38 anos e das filhas dela, Rosiane Souza Santos, 22 e Valdiele Santos Reis, 17. Cada uma das vítimas levou entre nove e 16 golpes de faca, principalmente no pescoço.
As investigações apontaram que a chacina, que aconteceu na casa das vítimas, no bairro Alecrim I, foi comandada pessoalmente por Ideane, que teria contado ainda com a ajuda de quatro adolescentes de 16 e 17 anos. Além dos jovens, também foi preso Melque Silva Souza, então com 19 anos e cujo julgamento ainda não tem data prevista, já que ele entrou com recurso.
Os cinco relataram participação no crime e delataram Ideane que, no dia seguinte ao fato fugiu para uma cidade do interior do Espírito santo, mas acabou presa quase três meses depois. Recambiada para o município de Eunápolis, ela confessou o triplo homicídio, alegando questões passionais, ‘pois mantinha um relacionamento com o marido de Sirlélia’.
O advogado de defesa, Vasconcelos Sampaio, alegou que o crime não foi premeditado e que a intenção de Ideane era apenas dar um susto nas vítimas, �??que já vinham ameaçando a ré�??. Sobre a quantidade de golpes, o advogado argumentou que Ideane só desferiu um. ‘Os demais foram dados pelos jovens’, disse Vasconcelos.
Já na acusação, o promotor de justiça João Alves Neto apontou a mulher de ter planejado o crime. Segundo a acusação, Ideane se reuniu com os menores para organizar o cerco a casa. O promotor ainda mostrou a espingarda que teria sido utilizada por um dos comparsas de Ideane para ameaçar a família, impedindo que ela fugisse do local.
Em seu veredicto, divulgado por volta das 22h30, o juiz Otaviano Andrade Sobrinho não concedeu à ré o benefício de recorrer em liberdade, dada a natureza hedionda do crime. A pena vai ser cumprida no Conjunto Penal de Teixeira de Freitas. O advogado Vasconcelos afirmou que pode recorrer, mas que primeiro vai consultar a família de Ideane.
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