Quando Marcelo Beraba iniciou sua carreira, em 1971, as redações de jornal mal tinham telefone. Ontem, no auditório da Faculdade de Comunicação da Ufba, em Ondina, ele viu vários alunos registrarem suas palavras diretamente em notebooks e tablets. Jornalismo e Futuro foi o lema da palestra que o atual diretor da Sucursal Carioca do Estado de S. Paulo apresentou, na abertura da edição 2012. Ele que iniciou sua carreira em O Globo, teve passagens por Jornal do Brasil e TV Globo e trabalhou como repórter, editor, secretário de redação e ombudsman da Folha de S. Paulo, diz que hoje, no Estadão, uma de suas maiores preocupações é conseguir aproveitar as tecnologias para oferecer conteúdo ao leitor nas diferentes plataformas.
Apesar das transformações, Marcelo sustenta que existe hoje uma �??intoxicação de informação�?�. �??Há um excesso de informação, mas muitas vezes não bem trabalhada�?� avalia.
O futuro do jornalismo, diz ele, depende de quatro pontos: cobrir as mazelas sociais e políticas do país (�??Não vejo como o jornalismo sério e responsável possa abdicar disso�?�): apostar em jornalismo de qualidade (�??Há sempre espaço para o jornalismo de precisão, de aprofundamento, há espaço para denúncia bem feita�?�); trabalhar em equipe (�??Em 40 anos de carreira, só vivi momentos muitos bons quando houve um conjunto de participações�?�); e esforço individual (�??Por mais que você esteja trabalhando em uma grande equipe, você é o repórter. �? seu nome que vai sair assinado�?�).
O Programa Jornalismo de Futuro visa promover o treinamento da prática jornalística, além de atuar como um laboratório de inovação na busca de linguagens para plataformas novas e tradicionais. Para esta edição, foram selecionados nove alunos de Jornalismo e Produção Cultural da Facom. Durante o programa, os alunos participam de palestra com profissionais, acompanham reuniões na redação, vão a campo com repórteres fazem análises da produção do jornal e, no final, planejam e preparam um produto definido pelo grupo.
Giovandro Ferreira, diretor da Facom, e Sergio Costa, diretor de redação do Correio, destacam o ineditismo da parceria entre jornal e academia em programa desse tipo. �?? A empresa tem a experiência do dia a dia e a faculdade tem a análise. Esse vai e vem é muito interessante�?�, disse Giovandro.
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