Com um investimento da ordem de R$ 1,5 milhão, o governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir) e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), inaugura, dia 18 de dezembro, às 9h30, a primeira fábrica de chocolate do Brasil oriunda da agricultura familiar, no município baiano de Ibicaraí, na região cacaueira.
O empreendimento vai agregar valor à produção da amêndoa de cacau, beneficiando cerca de 300 famílias de produtores de cacau vinculados à agricultura familiar nos municípios de Ibicaraí, Coaraci, Buerarema, Itajuípe, Uruçuca e Floresta Azul.
De acordo com o secretário Edmon Lucas, o modelo previsto �??promoverá pontos positivos para a agricultura familiar, como a agregação de valor ao produto final e o conseqüente aumento da renda, diminuição da dependência da monocultura e o fortalecimento da economia regional�?�.
A fábrica vai beneficiar anualmente 14,6 mil arrobas de amêndoas de cacau, que deverão produzir 438 mil quilos de chocolate e representará uma receita de R$ 4 milhões por ano. Isso representa um aumento na renda familiar do agricultor a ela cooperativado de, no mínimo, 170%, refletindo, assim, numa melhoria da sua qualidade de vida e no desenvolvimento da região.
A gestão da unidade industrial é de responsabilidade da Cooperativa de Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Almada e Adjacências (Cooafba), a quem caberá conduzir, de forma mais concreta, o apoio do Estado e de agências de financiamento oficiais (BNB e BB) ao projeto, e à qual os pequenos produtores da região já estão associados.
Além da fábrica propriamente dita, o projeto prevê a assistência técnica aos pequenos produtores voltada a melhorar a qualidade da produção e aumentar a sua produtividade, uma vez que a unidade industrial irá produzir chocolate com 50% a 70% de cacau.
REVITALIZA�?�?O: Segundo a presidente da cooperativa, Maria do Carmo Tourinho Nunes, com a chegada da fábrica de chocolate ao município de Ibicaraí, vai haver uma revitalização da agricultura familiar em toda a região sul, aumentando o estímulo dos agricultores na lida com o cacau. Para ela, a expectativa é que a fábrica traga uma mudança de comportamento no manejo com o cacau, trazendo renda �??real�?? para as famílias de agricultores.
�??Hoje trabalhamos de sol a sol e não percebemos o ganho, pois os agricultores transformam o trabalho com o cacau em amêndoas ou em produtos bem caseiros, não satisfazendo-os financeiramente. Com a fábrica existe a possibilidade de ter uma renda propriamente dita�?�, acentuou.
Maria do Carmo explica que a fábrica significará um divisor de águas para a região, onde a carência social é muito grande. �??Com a fábrica o governo está recuperando um pouco da diferença social que é muito grande na agricultura familiar. Assim, certamente o estímulo no campo vai ser outro. O agricultor vai olhar diferente para o cacau e isso vai fazer com que olhem também para outros produtos, como árvores frutíferas da região, fazendo com que eles possam inventar e produzir alternativas de renda também�?�, completa.
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