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O ator e humorista Gregório Duvivier está na capital baiana para apresentar o seu espetáculo �??Sísifo�?�. Após dois anos longe dos palcos devido à pandemia, o artista se diz apaixonado pelo Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador e comemora que �??é uma delícia retornar�?�. 

�??Estou feliz da vida de voltar para essa cidade, para esse público, estou com muita saudade mesmo�?�, declarou em entrevista ao BN Hall.

O monólogo, que começou a ser apresentado no TCA nesta sexta-feira (13) e segue até o domingo (15) – confira a programação aqui -, é inspirado no mito grego do homem que carrega diariamente sua pedra, morro acima, para vê-la rolar ladeira abaixo e começar tudo novamente. O texto, assinado por Gregório Duvivier e Vinícius Calderoni, conecta a mitologia ao caótico mundo hiperconectado e ao Brasil dos memes.

Segundo o humorista, assim como a internet, de modo geral, os memes são uma tecnologia, algo que pode ser tanto bom quanto ruim. �??�?s vezes nós achamos que uma tecnologia é boa ou má, mas ela é um veículo e pode ser usada para os fins mais diversos e sempre foi assim. O walkman, por exemplo, serviu para os artistas chegarem a lugares inusitados, você podia colocar o aparelho no bolso, viajar para o mundo todo, ouvir no ônibus, ouvir na escola, ouvir onde você quiser… Por outro lado foi o que fez o Aiatolá Khomeini fazer a revolução iraniana, porque através das fitas cassetes que ele enviava do exílio que as pessoas copiavam e faziam uma grande revolução fundamentalista que deu no que o Irã virou nos anos 1980 e 1990. A tecnologia pode servir para salvar vidas, alegrar existências ou matar muita gente e promover retrocesso, porque nem toda tecnologia vai criar revoluções benéficas. A tecnologia não é nada, o que importa é o que o ser humano fará com ela, e a internet e os memes são a mesma coisa�?�, apontou.

Para Gregório, nesse período digital, cada pessoa está na sua própria narrativa e elas ficam �??mergulhadas nos seus smartphones�?�, às vezes não tendo acesso ao que está acontecendo no exterior, na sociedade ou no país. Ele destacou ainda que é importante que em alguns momentos se tire os olhos da tela do celular, e que o teatro é o espaço para que as pessoas não estejam, durante uma hora ou uma hora e meia, com os olhos no smartphone. 

Além do seu espetáculo, o artista atua em outros projetos paralelos, como Greg News, que está na sexta temporada, sua coluna na Folha de São Paulo e o seu trabalho no Porta dos Fundos, canal de humor que fará 10 anos em agosto. 

�??Nesse ano vão ter várias comemorações, porque é raro um canal no Youtube [como o Porta dos Fundos] ficar tanto tempo nessa constância. Faz 10 anos que ele expõe três vídeos por semana no mínimo, então é muito vídeo. Estou muito feliz com esse ano cheio de comemorações. E vou ter uma filha também, esse é o projeto principal! Terei uma filha em julho chamada Celeste�?�, destacou.

Em meio a tantas comemorações e conquistas, Gregório também celebra uma carreira nacional consolidada através do humor, que ele classifica como a maneira de falar coisas que nem todo mundo consegue: �??Tem portas que estão trancadas que são difíceis de entrar, portas que são tabus, como falar de morte, falar de injustiça, falar de solidão�?� coisas que são difíceis de falar porque são doloridas. E o humor, enquanto está todo mundo tentando passar por debaixo dessa porta que é o tabu, tenta passar por debaixo dessas frestas, ele passa pela fechadura das portas e isso faz com que consigamos abordar assuntos proibidos. E a política sempre foi um assunto querido. O humor sempre foi político. Aristófanes, da Grécia antiga, já tinha comédias muito politizadas, como ‘Lisístrata’, que é uma comédia antibélica e antimilitar, uma coisa espetacular que já faz 1500 anos. O humor sempre foi uma forma de ativismo�?�. 

Mas enquanto não está no palco, Gregório aproveita uma lista enorme de coisas para fazer em Salvador. E peli menos uma delas ele já tirou do papel: a visita à casa de Jorge Amado e Zélia Gattai. 

�??A Casa do Rio Vermelho, que eu queria muito levar a minha filha. Aquela casa é a coisa mais linda, eu sou apaixonado pelo casal Jorge Amado e Zélia, e toda vez que venho a Salvador preciso ir lá pedir a benção, entrar um pouco naquele ambiente. Jorge, para mim, foi um dos maiores escritores romancistas brasileiros do Século XX. Eu fui lá e gosto muito. Ainda quero, claro, passear pelo Pelourinho, Santo Antônio, Rio Vermelho, dar um mergulho na praia, que é uma das coisas que faço quando venho”. E a culinária, claro, também está incluída nesse roteiro. “A comida [baiana] eu sou apaixonado por tudo, de vatapá a caruru. Mas tem uma coisa que tem na Bahia que é difícil de encontrar que é o mungunzá, é algo que a gente não encontra no Rio de Janeiro�?�, admitiu.

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