Análise: candidatura de Simone Tebet já vale pelo contraponto feminino

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Existe um jogo de tabuleiro que ilustra bem o papel da terceira via na disputa presidencial de 2022. Trata-se do resta um. O objetivo é simples. O ganhador tem que deixar uma bolinha apenas em uma partida que se assemelha muito ao jogo de damas. Analogias à parte, a corrida pelo Palácio do Planalto tem se mostrado uma máquina de moer candidaturas alternativas ao presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Toda a movimentação em busca de tal nome começou com o apresentador global Luciano Huck. Em junho, com a saída de Faustão da Globo, ele renovou o contrato com a emissora e desistiu de concorrer à Presidência da República. A seguir, uma sucessão de baixas: Rodrigo Pacheco, Alessandro Vieira, João Amôedo, Luiz Henrique Mandetta, Sergio Moro, Eduardo Leite e, por fim, João Doria. Lista extensa, mas sem nenhum nome com densidade eleitoral de caráter nacional.
Restou, então, a senadora Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul. Ainda patinando nas pesquisas de intenção de voto, apesar de desconhecida por grande parte do eleitorado, está no fim do mandato no Senado. �? uma autêntica outsider. E considero a candidatura dela como extremamente importante. Primeiro por ser uma mulher. Desde 2006, com Heloísa Helena, até 2018, com Marina Silva, passando por Dilma Rousseff em 2010 e 2014, elas ocupam papel de destaque na campanha presidencial. O contraponto feminino é fundamental.
– Leia: Quem é Simone Tebet, a mulher que deve comandar a terceira via

Outro ponto positivo é o trabalho desempenhado por Simone Tebet na CPI da Covid, ano passado no Senado. Em muitos momentos, levantou dados importantes sobre a pandemia no Brasil e confrontou as autoridades que prestaram depoimento. Com certeza, vai trazer para a campanha a discussão sobre a efetividade do combate ao novo coronavírus pelo governo federal. Afinal, não custa lembrar, são mais de 666 mil casos fatais registrados até agora.

Mas a terceira via também não poderia ser o ex-governador Ciro Gomes, do PDT? Bem, não considero. Apesar de aparecer em terceiro lugar nas pesquisas, bem distante de Lula e Bolsonaro, Ciro tem encontrado uma enorme dificuldade em se aproximar dos partidos de centro. Assim, é um nome mais vinculado à esquerda do que à tal terceira via, nome que se convencionou dar à tentativa de construir uma alternativa à polarização. Simone Tebet vai conseguir?

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