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Arnaldo Miranda Costa (44 anos) faleceu nesta terça-feira (16). A família acusa o município de Teixeira de Freitas de negligência por falta de insumo na rede pública de saúde.
Na última quinta-feira (11) foi internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 Horas) de Teixeira de Freitas, com falta de ar e comprometimento de 40% do pulmão. No dia seguinte, na sexta-feira (12), foi transferido para o Centro de COVID do Hospital Municipal de Teixeira de Freitas (HMTF), onde não ficou por conta da falta de insumo e equipamentos, sendo novamente transferido para a UPA 24 Horas da cidade.
Começava a peregrinação dos familiares em busca de socorro. Em contato com a Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB), conseguiram uma vaga no Hospital Neurocor (em Porto Seguro), sem ter sido realizada a transferência, em razão de uma falha em procedimentos administrativos, que deveriam ter ocorrido na UPA de Teixeira de Freitas.
A família alega ter procurado a direção da unidade para verificar porque o nome de Arnaldo Miranda Costa não constava no sistema. �??Fomos até a direção da UPA para saber o que estava acontecendo, quando fomos informados que houve um erro ocorreu entre a internação na UPA, depois transferido para o HMTF, em seguida, recusado no hospital e devolvido para a UPA”, explicou.
Esse imbróglio causou a necessidade do cadastro no sistema, como internação nesta terça-feira (16). Mesmo assim, o Hospital de Porto Seguro Neurocor aceitou o pedido de transferência.
O que era pra ser uma solução, se tornou novo problema. A transferência dependia de uma unidade móvel. Segundo familiares, o município de Teixeira de Freitas, leia-se, UPA 24 Horas, não providenciou uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), sendo necessária a contratação de uma UTI Móvel Particular de Porto de Seguro e quando conseguiu resolver mais essa dificuldade, o paciente já estava morto.
Irmão da vítima e vereador no município de Caravelas, João Miranda acusa a unidade de negligência. “Tem alguma coisa errada, porque meu irmão estava lúcido e falando, inclusive, no dia que morreu mandou um áudio para a mulher e filhos. Entubaram ele e morreu, em seguida, por falta de equipamento e negligência. O próprio diretor da UPA nos pediu para providenciar insumo básico de saúde, algo que não poderia faltar numa unidade, onde as pessoas vão em busca de atendimentos de emergência”, denunciou.
Esse não seria o primeiro caso que atingiu a família. Em 2020, uma sobrinha do vereador morreu após complicação provocada pelo novo Coronavírus. “A Ashley, filha de meu irmão, também morreu por negligência”, completou.
A família agradeceu o Prefeito de Caravelas, Silvio Ramalho, pela mobilização e suporte para ajudar o paciente. Em razão do diagnóstico da COVID-19, não houve velório e o corpo seguiu direto da funerária para sepultamento no cemitério local.
Encaminhamos à Prefeitura de Teixeira de Freitas, solicitação de informações sobre esse caso, sem retorno, inclusive, acessando ao Portal da Transparência para registro no Serviço de Informação ao Cidadão (SIC), exigido em lei, sem que tivesse em funcionamento.
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