Esposa perde o marido para o coronavírus e faz apelo: esse vírus é mortal

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O engenheiro italiano Michele Sarno, de 54 anos, morreu na última quarta-feira (18), vítima do novo coronavírus, catorze dias depois dele participar, no dia 4 de março, de uma reunião com outros dois engenheiros, na Itália. Ele estava em Livorno, na Toscana, região localizada no centro da Itália.

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A saúde do engenheiro foi piorando, apresentava quadro de febre e sintomas de gripe, fato que levou a guarda médica italiana, no dia 08 de março, à sua casa para colher material para exame, o que parecia um filme, com os profissionais de saúde vestindo roupas especiais.

Michele Sarno um dos 475 mortos na Itália apenas nesta quarta feira 18 com diagnóstico do coronavírus
Michele Sarno (um dos 475 mortos na Itália, apenas nesta quarta-feira – 18 -, com diagnóstico do coronavírus)

No dia seguinte, 09 de março, o resultado: negativo para coronavírus e a orientação para seguir com o tratamento para gripe, medicado com ibuprofeno. Um dia depois, 10 de março, a febre seguiu aumentando. Sem melhoras, no dia 12 de março, desmaiou em uma farmácia, quando saiu para comprar remédio. Acabou internado num hospital, de onde saiu morto, depois do diagnóstico positivo de coronavírus e do isolamento total.

No último domingo (15), o engenheiro piorou muito e apresentou quadro de pneumonia. Sedado e entubado, na terça-feira (17), teve paralisação de um dos rins e precisou começar a fazer diálise.

centro de triagem e diagnóstico da doença
Centro de triagem montado para diagnóstico da doença

O país italiano tem um grande número de pessoas diagnosticadas com o vírus e de muitos mortos. Só nesta quarta-feira (18), foram 475 novas mortes, dentre elas, Michele Sarno, depois de enfrentar um quadro de falência múltipla dos órgãos. Morreu às 22 horas da Itália, 18 horas do Brasil. O corpo dele e dos outros 474 mortos não será enterrado e sim cremado, por determinação do governo italiano para eliminar de vez o vírus.

�??Não existe liberação de corpo, não existe velório. �? muito triste. Meu marido morreu sozinho e vai ser cremado sozinho. Ele tem família lá na Itália: mãe, irmã. Só que ninguém da família vai poder participar do enterro, isso é muito triste. O corpo vai ser cremado. �? uma morte sozinha, estúpida, por causa de um vírus�?�, disse.

Relatos como esse estão longe de uma histeria, ao contrário disso, o fato é grave e requer extrema atenção. Foi assim que se pronunciou a esposa do engenheiro italiano, Aparecida Rocha, moradora de Viana, município localizado na região metropolitana de Vitória, no estado do Espírito Santo. Ela esteve com o marido entre os dias 17 de janeiro e 02 de fevereiro deste ano, numa viagem que fez à Itália, como já era de costume. Quando voltou ao Brasil ficou assustada com muitas pessoas de máscaras nos aeroportos internacionais.

Enterros solitários com poucas pessoas para segurar na alça do caixão dos mortos na Itália
Enterros solitários, com poucas pessoas para segurar na alça do caixão dos mortos na Itália

“Foram 10 anos de casados, uma história muito linda para contar. Michele era um homem lindo, inteligente, divertido, vítima de um vírus que não é brincadeira, como as pessoas estão dizendo, é sério e muito sério, acreditem enquanto ainda podem�?�, desabafou a esposa.

Mesmo sem poder fazer uma despedida presencial, Cida pretende retornar à Itália para fazer uma celebração pela vida do marido, tão logo seja possível, assim que cessar os efeitos da pandemia do coronavírus. �??Ele vinha direto aqui para o Brasil. O último réveillon passamos juntos. Vou voltar à Itália para me despedir dele, mesmo pós-morte�?�, declarou.

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