O município de Prado já tem seu representante para a Olimpíada de Língua Portuguesa, o estudante Renan Queiroz, do 7º Ano da Escola Algeziro Moura, a redação do aluno foi classificada entre as melhores redações do Brasil, na Olimpíada de Língua Portuguesa.
O texto foi analisado pelas comissões julgadoras Escolar, Municipal e Estadual, sendo selecionado como um dos 125 semifinalistas da Olimpíada na categoria Memórias Literárias. Para que possa concorrer nas próximas etapas.
Segundo a diretora da Escola Algeziro Moura, Letícia Registro, o aluno Renan Queiroz e a professora Zenaide Hermano devem participar no início de Novembro da Oficina Regional que acontecerá em Maceió/AL.
A Olimpíada tem caráter bienal e, em anos pares, realiza um concurso de produção de textos que premia as melhores produções de alunos de escolas públicas de todo o país. Na 3ª edição participam professores e alunos do 5º ano do Ensino Fundamental (EF) ao 3º ano do Ensino Médio (EM), nas categorias: Poema no 5º e 6º anos EF; Memórias no 7º e 8º anos EF; Crônica no 9º ano EF e 1º ano EM; Artigo de opinião no 2º e 3º anos EM. Nos anos ímpares, desenvolve ações de formação presencial e a distância, além da realização de estudos e pesquisas, elaboração e produção de recursos e materiais educativos.
Uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec �?? Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro tem como parceiros na execução das ações o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Canal Futura.
Conheça o texto de Renan Queiroz:
Viver é recordar o passado
Lembro-me da minha infância como se fosse hoje. Vivi dias mágicos, mas também dias difíceis. Cumuruxatiba era apenas uma Vila de Pescadores.
Morávamos em uma casinha de taipa feita com armação de varas amarradas com cipó, cheia de barro e as telhas eram de tábuas feitas por nós mesmos, mas nos protegia do sol e da chuva como qualquer outra, era o nosso palácio.
Recordo com alegria dos dias em que eu, meu avô e o tio Dete saíamos rumo à praia e no meio do caminho sempre encontrávamos um tatupeba dando uma voltinha logo ao amanhecer. Ao chegarmos à praia ajeitávamos as redes feitas de náilon de tucum e partíamos em uma canoa feita de juerana para mais um dia de pescaria.
Voltávamos satisfeitos, pois nessa época tinha fartura de peixes, o que não tinha era gente pra comprar, por isso o pescado era dado ou trocado por farinha, abóbora e coco, os que sobravam eram escalados e salgados para levá-los para o Prado, a cidade vizinha, em um lombo de animal e arrastando o pé como se tivesse apostando uma corrida. �?s vezes eram levados em cima de uma caçamba cheia de areia, pois nessa época era extraída daqui a areia monazítica.
Não posso deixar de falar do trabalho da vovó, que quando chegávamos da pescaria, ela estava chegando da Barra do Cahy carregando na cabeça um saco de tucum açu ou tucum do brejo, que era desfiado para fazer o náilon, e a mamãe preparando a moqueca no seu fogão de lenha e o cheiro espalhando por toda redondeza.
Até aqui só falei de trabalho, mas eu também me divertia, é claro que na minha época não tínhamos esses brinquedos de luxo como hoje, os fabricantes éramos nós mesmos, como os carrinhos feitos do talo da palha de coco, que para nós eram como carros de corrida, além das nossas brincadeiras.
Quando caía a noite o vovô ia faxiar lagosta e eu ficava esperando ele chegar para ferventá-las e acompanhá-lo no café quentinho que a velha com carinho estava a preparar.
O tempo passou, eu cresci e Cumuruxatiba também. A vida segue em frente, mas muita coisa mudou;a fartura de antes acabou.
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