Uma operação interrompeu crime ambiental que iria comprometer o abastecimento de água na cidade de Prado. A ação conjunta contou com equipes da Secretaria de Meio Ambiente do Prado, de representante da Empresa Bahia de Água e Saneamento (EMBASA), de policiais da Companhia Independente da Polícia de Proteção Ambiental (CIPPA/Porto Seguro) e de representante do Instituto Chico Mendes (ICMBIO).
Fotos: Edson Viana/PradoInfocus
A ação foi deflagrada a partir de uma denúncia e do trabalho de rotina de inspeção e fiscalização em áreas rurais. Na fazenda uma máquina, que iniciou atividade no início desta semana, já tinha aberto um clarão na mata e canalizado o leito do Rio Campinho para a irrigação. O Rio Campinho é o principal afluente de captação de água para o abastecimento em Prado. No ano passado, a cidade conviveu com o racionamento. Na época uma operação precisou destruir represas construídas em fazendas, para garantir o serviço à população.
Segundo a Secretária de Meio Ambiente, Benedita de Jesus, “se a operação não tivesse sido deflagrada, a cidade do Prado corria o risco de ter interrompido o fornecimento de água, muito antes do carnaval”, denunciou.
Ainda segundo a secretária, “a fazenda onde o crime foi praticado pertence à José Carlos, vice-prefeito de Alcobaça e dono da Zé Carlos Construtora, em Teixeira de Freitas”. O crime, no entanto, teria sido praticado diretamente pela empresa JTA, arrendatária da área, que realiza o plantio de mamão na fazenda.
De acordo com o assistente de Saneamento da EMBASA, Moabe Alves, a JTA preparava a instalação de canos com espessura muito maior do que o sistema utilizado para o abastecimento de água em Prado. “Os canos encontrados aqui são de 250mm. Com essa estrutura montada atenderia a distribuição de água de uma cidade do porte de Itamaraju”, destacou.
O Tenente Jackson, da CIPPA/Porto Seguro, destacou que ao utilizar uma draga para abrir um leito paralelo no Rio Campinho, a empresa JTA cometeu vários crimes ambientais. “Alterou o leito do rio, comprometeu o abastecimento de água e desmatou a área”, denunciou.
Para o representante da Resex/Corumbau, Lauro Paiva, o crime ambiental provocado naquela fazenda casou um grande desequilíbrio ambiental. Foram encontradas várias espécies mortas, desde árvores nativas, até animais. “Veja essa caranguejeira e essa cobra coral, foram encontradas esmagadas”.
Os maquinários utilizados no crime ambiental foram apreendidos e a fazenda multada. Uma denúncia será protocolada no Ministério Público para que a o proprietário da fazenda ou a empresa arrendatária da área apresentem autorizações para as atividades que causem impacto ambiental.
A empresa JTA não se manifestou sobre o assunto.
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