Tem sido comuns as notícias de pessoas vítimas da exposição de sua intimidade na internet. Na cidade de Prado, distante cerca de 800km de Salvador, no extremo sul da Bahia, imagens íntimas de uma jovem foram divulgadas numa rede de relacionamento. Estas fotos se tornaram o principal assunto na cidade e chamou atenção para o perigo advindo da internet e da invasão da intimidade. Estes fatos, muitas vezes, devastam a imagem da vítima e até de sua família e de amigos.
A internet tem grande poder para veicular informação, por isso, as consequências podem ser incalculáveis para a vítima. Depois de divulgadas na rede, é quase impossível conter a propagação de qualquer imagem ou vídeo. A dica é tomar muito cuidado com o que se permite gravar ou fotografar.
Existe um projeto de lei que inclui a violação da intimidade da mulher na internet na lista dos crimes de violências domésticas e familiares. A proposta é do deputado João Arruda, do PMDB do Paraná, que prevê como crime qualquer divulgação de imagens, informações, dados pessoais, vídeos ou áudios obtidos no âmbito de relações domésticas, sem o expresso consentimento da mulher.
Na prática, a ideia é punir a pessoa que divulgar na rede vídeos, áudios, montagens e fotos da intimidade de uma mulher. O gesto passaria a ser enquadrado na Lei Maria da Penha e pode até levar o autor à prisão.
O objetivo principal é barrar gestos de vingança causados por ciúme em casais que se separam.
CASOS PELO PAÍS
O Jornal Hoje da Rede Globo noticiou, nesta quarta-feira, dia 23, a história de uma estudante de 19 anos, de Goiânia, que saiu de casa pela primeira vez, depois de ficar quase dois meses confinada. O motivo teria sido um vídeo dela mantendo relação sexuais com um ex-namorado, divulgado na internet.
Ela contou que, desde então, passou a viver um inferno. Pelo menos, 500 mil pessoas viram o vídeo. Resultado: ela parou de estudar, de trabalhar, não sai mais de casa e nem atende o telefone. �??Moralmente e virtualmente, o que eu consegui ler e o que eu consegui receber é humilhante�?�, relata.
Segundo a jovem, o vídeo foi postado pelo ex-namorado, um rapaz de 22 anos, casado, que se irritou quando ela rompeu o relacionamento de três anos. A garota diz que sabia que estava sendo gravada: �??Filmar era um jeito que ele tinha de me ter perto. Mas assim, nunca, mas nunca passou pela minha cabeça dele fazer o que fez�?�.
A estudante fez boletim de ocorrência e entregou o celular para a perícia. �??Era uma pasta compactada e só ele tinha acesso�?�, conta. O rapaz prestou depoimento e negou tudo, mas a polícia não tem dúvidas. �??A gente sabe que foi ele que fez o vídeo. Todos os indícios levam a crer que ele é o responsável pela produção e, segundo o que nós levantamos, foi ele sim que deu início à divulgação do vídeo�?�, afirma a delegada Ana Elisa Martins.
�??Eu tenho certeza que foi ele. Porque assim, eu não fiquei com outra pessoa e eu não gravei com outra pessoa�?�, garante a vítima.
O rapaz acusado não quis gravar entrevista. O advogado dele, Hugo de Angelis, disse que seu cliente está sendo acusado injustamente e sem provas e que estão sendo usadas falácias para prejudicar o rapaz e indicá-lo como único responsável pela divulgação do vídeo.
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