O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu, nesta segunda-feira (10), quatro prefeituras no interior do estado: Prado, Itabela, Mucuri e Itamaraju (todas no extremo-sul). Um dos coordenadores do MST no extremo sul da Bahia, Evanildo Costa, declarou que a ocupação faz parte de uma estratégia do movimento para ocupar dezenas de prefeituras em toda a Bahia, até o final de semana, mantendo manifestantes acampados na sede dos Executivos municipais durante o período necessário para a negociação de suas reivindicações. A previsão é que sejam ocupadas mais de 50 prefeituras baianas até o final desta semana, tendo mais de 30 mil pessoas mobilizadas.
Em Mucuri, o prefeito conhecido como Paulinho de Tixa negociou a saída do MST aceitando visitar pessoalmente os assentamentos, para conferir a estrutura física e as vias de acesso aos locais. Também houve o comprometimento na construção de duas escolas, ainda neste mês de janeiro, já para o início deste ano letivo. Além disso, ficou marcada nova reunião para a próxima quinta-feira (13) na prefeitura de Mucuri. O prédio da Prefeitura de Mucuri foi desocupado nesta segunda-feira.
Em Itabela, Osvaldo Caribé, também aceitou atender parte das reivindicações do movimento, considerando que alguns itens não poderiam ser sanados por sua administração, à exemplo, da construção de postos de saúde e escolas em território do município de Porto Seguro.
Em Itamaraju, o prefeito Manoel Pedro aceitou conhecer de perto a realidade dos assentamentos e acampamentos do município que alegou desconhecer, em face de ter assumido o cargo há menos de um ano, depois do ex-gestor Frei Dilson se afastar para a candidatura à deputado estadual. Comprometeu-se em atender às reivindicações num período que compreende os próximos trinta dias, até o final de seu governo.
Segundo Welton Pires, depois da ação nas quatro prefeituras, os prefeitos de Jucuruçu, Alcobaça, Teixeira de Freitas e Porto Seguro, que também não mantinham um canal de comunicação, aberto às reivindicações do movimento, anunciaram que vão se reunir com o MST, o que deve acontecer a partir da manhã desta terça-feira (11).
Os sem-terra cobram a construção de escolas municipais nos assentamentos, ou a oferta de ônibus escolares para transportar os alunos para as escolas existentes nas sedes das cidades, melhorias de estradas e acessos, apoio para a produção agrícola e atendimento de saúde.
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