Ingá certifica Agentes Voluntários das Águas no extremo sul da Bahia

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Representantes de comunidades indígenas do extremo sul do estado, que foram capacitados na primeira turma do Programa Agentes Voluntários das Águas (AVA), desenvolvido pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), participaram, na tarde desta quarta-feira (17/03), da cerimônia de entrega dos certificados de formação, no Shopping Indígena, na localidade de Coroa Vermelha, no município de Santa Cruz de Cabrália.

Pela manhã foi realizada uma oficina com a comunidade para discutir o projeto de Educação Ambiental a ser desenvolvido pelo Ingá em parceria com a Secretaria de Cultura da Bahia (Secult), com a atuação dos novos Agentes Voluntários das Águas. Participam dos dois eventos, os representantes das diretorias geral e Socioambiental Participativa do Instituto e a equipe da Coordenação de Educação Ambiental da autarquia.

Quarenta e três agentes voluntários foram capacitados para atuar como multiplicadores de educação ambiental destinada à conservação das águas dos rios da bacia onde vivem, de acordo com o olhar e a vivência de suas comunidades. Dessa forma, eles passam a participar dos processos de reflexão, ação e tomada de decisões sobre o uso sustentável das águas em suas comunidades.

A capacitação dos primeiros Agentes Voluntários das Águas envolveu representantes, lideranças e educadores de oito comunidades do extremo sul da Bahia, em territórios das Bacias Hidrográficas dos Rios dos Frades, Buranhém e Santo Antônio. Participaram representantes da Aldeia Velha, Aldeia Barra Velha, Aldeia Boca da Mata, Aldeia Coroa Vermelha, Aldeia Meio da Mata, Guaiú, Aldeia Mata Medonha e Eunápolis.

Durante a capacitação, os novos agentes voluntários compartilharam conhecimentos populares a respeito da cultura local, da interação e intervenção no meio ambiente, características socioembientais da região e possíveis riscos ao bioma local identificados por eles.

Em contrapartida, trocaram conhecimentos e debateram aspectos importantes das políticas de recursos hídricos implementadas no país e no estado, além de conhecerem os principais instrumentos de gestão das águas. Ao final da formação, os agentes voluntários desenvolveram um plano de ação voltado para a preservação das águas dos rios a ser desenvolvido nas comunidades, com acompanhamento do Ingá.

Segundo a coordenação de Educação Ambiental do Instituto, mais duas turmas de Agentes Voluntários das Águas estão previstas para 2010. As regiões escolhidas para as próximas capacitações são as Bacias Hidrográficas do Rio Corrente – com os quilombolas, ribeirinhos e gerazeiros – e do Rio Paraguaçu, com os pescadores, marisqueiras e quilombolas da Baía do Iguape, no Recôncavo Baiano.

Saberes tradicionais e cultura
Instituído a partir do Decreto nº 11.174 de 18 de agosto de 2008, o Programa de Agentes Voluntários das Águas busca inserir nos processos de gestão representantes de comunidades tradicionais e outros sujeitos geralmente excluídos da discussão institucional do tema. �??Os saberes históricos dessas comunidades são marcados por uma rica cultura que se constrói e se acumula por meio das gerações, envolvendo formas de conhecimento adquirido por meio de vasta experiência empírica�?�, justifica o coordenador de Educação Ambiental do Ingá, Raimundo Nascimento.

O programa também interage com o Decreto Lei nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. O objetivo é promover o desenvolvimento sustentável dessas comunidades, com ênfase no reconhecimento dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais, com respeito à valorização de sua identidade, suas formas de organização e instituições.

O AVA também está inserido da Linha 2 do Programa de Educação Ambiental para a Sustentabilidade (Peas) – desenvolvido pelo Ingá �?? denominada Educação Ambiental, Água e Cultura. O Peas promove a educação ambiental na gestão pública das águas, estabelecendo processos políticoinstitucionais e práticas educativas que fortaleçam a participação dos atores sociais, visando uso justo e sustentável da água e o respeito à diversidade cultural nas Bacias Hidrográficas.


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